'Queremos ser a Globo do funk', diz jornalista da página Sobre Funk

Criada em junho de 2020 por Alessandro de Araújo e Jefferson Alves, crias da zona leste de SP, canal é uma referência na divulgação do ritmo

27 abr 2023 - 16h56
(atualizado em 28/4/2023 às 14h09)
Canal aposta na inovação e vídeos com diferentes narrativas sobre funk
Canal aposta na inovação e vídeos com diferentes narrativas sobre funk
Foto: Reprodução/YouTube

“É som de preto, de favelado”, deu a letra o funk dos MCs Amilcka e Chocolate. Ainda que quando toque ninguém fica parado, segue sendo um ritmo discriminado no Brasil – país em que mais da metade da população é negra. “Tudo que vem da periferia é marginalizado. Com o samba foi assim, o rap e hoje o funk. Por mais que nas festas de rico o funk predomine, a imagem dos artistas ainda é alvo de ataques”, diz Rafael Toledo, 22.

Morador de Itaquera, região periférica da zona leste de São Paulo, Rafael é jornalista na Sobre Funk. Hoje, o canal é uma referência quando se procura notícias sobre artistas do gênero, justamente com a ideia de visibilizar nomes que não ganham espaço na mídia tradicional. Só no Instagram são mais de 3,5 milhões de seguidores.

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A página foi criada em 9 de junho de 2020, por Alessandro de Araújo e Jefferson Alves, crias de Artur Alvim e Nhocuné, também na zona leste da capital – eles também fundaram a Love Funk antes de a vender para o Rato, atual dono.

Com o tempo, a página se expandiu para outras redes sociais. Agora, tem site, tem canal no YouTube e programa na TV. A equipe que produz todo esse conteúdo é formada por 15 pessoas.

“12 que trabalham presencialmente todos os dias e três que são de fora de São Paulo, e cuidam de buscar e criar conteúdo das nossas páginas. Temos uma equipe que quase diariamente cria conteúdos originais e produz entrevistas para alimentar o YouTube e, consequentemente, outras redes”, explica Rafael, que é redator e editor.

Sobre Funk tem criadores de conteúdo em São Paulo e em outros estados
Foto: Reprodução/YouTube

Sucesso e inovação

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Para Rafael, o sucesso em pouco tempo se deu pela carência de uma mídia segmentada sobre funk. “Por mais que neguem, as pessoas querem um facilitador para receber as notícias do meio que elas acompanham.”

“Nós também apostamos muito na inovação, nunca fazemos o mesmo por muito tempo. Estamos em constante mudança para estar sempre um passo à frente da concorrência”, complementa.

Em relação aos próximos voos da Sobre Funk, eles não pensam pequeno, parceiro. “Queremos nos tornar uma produtora de conteúdo cada vez mais profissional. Aqui brincamos que precisamos ser a Globo do funk, acho que com essa comparação já dá pra ter uma noção de onde a gente quer chegar”, conta.

MC Cabelinho cantou “debocho da cara da elite, só sei que aonde nóis chega vagabundo respeita”. Respeito é o que a Sobre Funk tem como missão, além de enaltecer o funk da maneira que ele é, não para agradar um grupo. “A elite também quer ver seus semelhantes fazendo sucesso, por isso há resistência”, comenta Rafael.

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“Eu, como pessoa do meio do funk, não quero ser aceito pela elite, não quero conselho, elogio, seja o que for. Quero que o funk se torne grande o suficiente para abafar e tornar ridículo quem pense o contrário”, conclui.

Fonte: Visão do Corre
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