Explicando o veganismo em 5 partes de forma simples

Se tornar vegano é compreender de maneira ampla a exploração animal, e colocar em prática o respeito por todas as espécies.

13 fev 2023 - 05h00
Animais
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Foto: CanvaPro

O veganismo é uma causa que se propõe a defender os animais de diversas formas, como colocando em prática hábitos isentos de exploração animal, formação de movimentos de conscientização, participação na política institucional e uma série de outras ações que visam a defesa e proteção dos animais.

O veganismo não é só alimentação (apenas alimentação é o vegetarianismo), não é uma dieta e não deve ser visto como algo exclusivo ou de um grupo seleto, porque a proteção da vida de outros seres vivos é uma responsabilidade coletiva, que envolve toda a sociedade, não há possibilidade de lutar por uma sociedade mais justa, sem incluir o respeito por todas as formas de vida.

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A questão da saúde e do meio ambiente é uma extensão dentro do veganismo, porque a produção animal tem impactos ambientais terríveis, uma alimentação baseada em carne, leite e ovos é bastante prejudicial à saúde. Vamos explicar neste artigo o veganismo em 5 partes, vai dar uma noção do quão amplo é a causa.

O veganismo em 5 partes, confira;

Alimentação:

O veganismo por ser uma causa de libertação animal é amplo e abrange uma diversidade de questões e temáticas, mas o ramo da alimentação é o mais comentado e questionado. Se tratando de exploração animal em larga escala, o setor de produtos alimentícios é o principal responsável pela exploração de animais no mundo.

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Nenhuma indústria é tão eficaz em explorar e matar animais como a indústria alimentícia/pecuária. Um exemplo, é a indústria de couro, ela só existe por conta da produção de carne, ou seja, o couro é um subproduto da pecuária. Só para termos uma ideia: são mortos por ano cerca de 5 bilhões de animais no Brasil, isso corresponde a 14 milhões por dia. Se observamos em uma escala maior, no mundo, 153 milhões de animais mortos para consumo por dia. É ou não é um absurdo?

A crueldade contra os animais é gigantesca, os animais foram reduzidos a comida e os tratamos de maneira totalmente desrespeitosa. Uma pessoa que se torna vegana ela exclui de sua alimentação todo tipo de produto que envolve sofrimento e crueldade contra animais, como carnes, ovos, leite, mel e todo tipo de produto composto por derivado animal, e naturalmente acrescenta vegetais (que são diversos) e podem ser preparados de diversas maneiras. Mas para além da alimentação temos uma série de outras formas de exploração animal.

Testes em animais:

Além da alimentação, veganos não usam produtos testados em animais. Muita gente não sabe e nunca parou para pensar sobre os testes. Normalmente, quando mencionamos que o xampu que a pessoa usa é testado em coelho de maneira totalmente desrespeitosa, há um espanto quase que instantâneo. Ninguém é a favor de testar substâncias na pele, nos olhos e nos órgãos de nenhum animal.

No veganismo, nos posicionamos totalmente contra esses testes e lutamos para que as pessoas optem por produtos não testados, hoje há muitas opções se tratando de cosméticos e produtos de higiene. Mas para além desse ativismo que foca na mudança de comportamento dos indivíduos, também lutamos para que o governo crie leis e recomendações e, acreditamos, fielmente, no progresso científico, para que num futuro próximo tenhamos ótimas alternativas para livrar completamente os animais desses procedimentos invasivos, não só nos cosméticos, mas também para vacinas e remédios, que ainda é mais complicado.

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Atualmente já existem produtos acessíveis e que são livres de crueldade animal, basta dar uma pesquisada nas marcas e você provavelmente vai encontrar no mercadinho mais próximo da sua casa, mas ainda é um pouco limitado.

Entretenimento com animais:

No veganismo, nos posicionamos totalmente contrário a utilização de animais para entretenimento. Não basta apenas fazer um prato colorido sem nada de origem animal, mas frequentar rodeios, vaquejadas, circos com animais em atração, aquários, parques zoológicos, entre uma série de outras atividades que exploram animais.

O veganismo difere-se do vegetarianismo, justamente por não ficar só na alimentação, mas sim ampliar e boicotar todo tipo de exploração e crueldade animal.

O entretenimento com animais é estressante, na maioria das vezes os animais são maltratados. Mesmo que fossem bem tratados, é totalmente desnecessário, nenhum animal deve servir de atração para os seres humanos, pois eles não são objetos ou algum tipo de brinquedo.

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Quando você começa a entender o que é o veganismo e a importância das suas lutas, fica fácil compreender que é uma causa completamente genuína e com propósitos claros.

Comércio de animais:

Outro tema que dentro do veganismo questionamos bastante é o comércio de animais, tanto o comércio de cães e gatos de raça, quanto animais silvestres, como a arara-azul. A compra de animais como cães e gatos é comum e em muitos lugares legalizada. Porém, ela ser legalizada não significa que seja ético ou algo normal.

A maioria dos pets comprados em pet-shop são animais com dificuldades respiratórias e outros problemas de saúde, são animais criados para serem comercializados, são tratados como mercadorias. Quando compramos um animal de raça só por ser de raça, estamos ignorando uma centena de animais ‘’vira-lata’’ que vivem em situação insalubre na rua.

O que vale destacar é a nossa mentalidade ‘especista’ (nos acharmos superiores aos animais e utilizá-los de maneira objetificada). Nos sentimos no direito de criar e comercializar animais com o intuito de ganhar dinheiro, ou até mesmo tirá-los à força da natureza e tratá-los como meras mercadorias.

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O movimento vegano luta ferozmente para que essas práticas sejam punidas, que a prática de comprar e vender pets seja proibida, mas, além disso, luta pela consciência das pessoas. Precisamos urgentemente superar essa mentalidade especista que está destruindo a fauna (animais) e a flora (vegetação).

Pele de animais (couro):

Diversas roupas, bolsas, carteiras, acessórios, sapatos, entre outros, são feitos em couro. Ou seja, utilizamos a pele de animais para nos embelezar, é uma demonstração clara de exploração animal e totalmente sem sentido. Na maior parte das vezes, o couro vem da pecuária, é carcaça, mas também temos roupas de luxo que utilizam animais silvestres, o que também é um absurdo sem tamanho.

Pessoas que se tornam veganas e são contra a exploração animal, evitam utilizar qualquer roupa/tênis/sapato/cinto/carteira/bolsa, qualquer material que tenha peles, pena ou qualquer parte de animais em sua composição.

Pega a visão:

Esse movimento é fundamental e seguirá lutando para que práticas que julgamos normal, se tornem obsoletas, e que as populações humanas desenvolvam, na medida do possível, uma consciência de que os animais são importantes tanto para si quanto para o funcionamento da vida no Planeta Terra.

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Leonardo e Eduardo dos Santos são irmãos gêmeos, nascidos e criados na periferia de Campinas, interior de São Paulo. São midiativistas da Vegano Periférico, um movimento e coletivo que começou como uma conta do Instagram em outubro de 2017. Atuam pelos direitos humanos e direitos animais por meio da luta inclusiva e acessível, e nos seus canais de comunicação abordam temas como autonomia alimentar, reforma agrária, justiça social e meio ambiente.
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