É possível ganhar massa muscular sendo vegano, se liga

A alimentação vegana além de ser saudável, pode ser uma grande aliada na hora de ganhar massa muscular.

12 jul 2023 - 05h00
Homem Musculoso
Homem Musculoso
Foto: CanvaPro

Eu e meu irmão vamos completar 8 anos de veganismo, se alimentando exclusivamente de alimentos vegetais, sem absolutamente nada de origem animal. Nunca perdemos 1kg sequer, muito pelo contrário, o meu irmão está fazendo academia e ganhou 10 kg em pouco mais de 1 ano. A alimentação do meu irmão é basicamente arroz, feijão, macarrão e todo tipo de legumes, vegetais, frutas, grãos e cereais. 

Em relação ao ganho de massa muscular, é crucial manter uma rotina de treino com o ritmo necessário para atingir seu objetivo (pode ser intensificado ou moderado), muita hidratação, uma alimentação bastante diversificada, calórica e proteica e consumo regular de vitamina B12 por meio de suplemento (única vitamina que não encontramos em vegetais limpos).

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Uma coisa engraçada, é que ao dizer que somos veganos, aparecem muitos ‘’nutricionistas de plantão’’ nos questionando sobre as proteínas, falta de nutrientes, perda de peso, anemia, entre uma série de outros estereótipos de saúde completamente sem sentido atribuído aos veganos. O mais interessante é que são pessoas que nunca se preocuparam com alimentação, se alimentam de maneira super inadequada e malemá sabem a importância dos nutrientes no corpo. Um exemplo é que a maioria das pessoas nem sabe a origem da vitamina B12.

É comprovado por A mais B que uma alimentação vegana balanceada é capaz de suprir todas as nossas necessidades calóricas e nutricionais, ou seja, uma pessoa pode nascer e viver a vida toda sendo vegana que nutricionalmente é viável. Além disso, é possível ganhar músculos e ficar muito forte sendo vegano.

Aliás, não só é possível ganhar músculos sem comer animais, como é possível participar de provas de fisiculturismo e levantamento de peso. Temos diversos exemplos de atletas de alto desempenho provando isso diariamente.

Um exemplo é o bodybuilder Nimai Delgado, que nunca comeu carne na vida e se tornou vegano em 2015, abandonando todos os produtos de origem animal. Nimai é um competidor profissional, e se alimenta somente de vegetais, não consome nada que venha dos animais.

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Além dele, temos o exemplo do Patrik Baboumian, um competidor de levantamento de peso considerado um dos homens mais fortes do mundo, com diversos recordes quebrados e vencedor de um campeonato Mundial de Levantamento de Peso. Outro exemplo de atleta vegana e de alto rendimento, é a Nienke van Overveld, uma holandesa considerada a mulher com o melhor condicionamento físico na Holanda, foi convidada para participar do CrossFit Games em 2020. Além desses, temos um brasileiro vegano na cena do bodybuilder, o Gui Abomai, que foi campeão recentemente em uma prova de fisiculturismo.

Esses exemplos são importantes para comprovar na prática que alimentação vegetal não significa magreza ou perda de massa magra. Tudo é uma questão de adaptação, treino, estilo de vida, escolhas alimentares e quantidade de caloria ingerida. Não precisamos manter uma alimentação à base de animais para ganhar massa.

O que é muito comum acontecer é a pessoa se tornar vegana e consumir pouca caloria, não treinar e, isso, com certeza, vai dar algum problema. Em relação à alimentação à base de animais ser mais calórica, isso é um fato. Pois o nível de gordura é altamente significativo em produtos de origem animal.

Por outro lado, os alimentos vegetais são menos calóricos, e se a pessoa estiver querendo ganhar massa e estiver treinando com frequência, é essencial um consumo maior de alimentos para que seja atingido um determinado valor calórico.

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Por isso, é importante se atentar ao seu objetivo, notando a quantidade de caloria que você precisa ingerir para ganhar massa muscular. Mas se não quer ficar mais forte (ganhar massa), quer só manter o peso, consuma a quantidade de caloria necessária por meio de uma alimentação balanceada, colorida e diversificada.

Leonardo e Eduardo dos Santos são irmãos gêmeos, nascidos e criados na periferia de Campinas, interior de São Paulo. São midiativistas da Vegano Periférico, um movimento e coletivo que começou como uma conta do Instagram em outubro de 2017. Atuam pelos direitos humanos e direitos animais por meio da luta inclusiva e acessível, e nos seus canais de comunicação abordam temas como autonomia alimentar, reforma agrária, justiça social e meio ambiente.
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