A ideia de transformar o local em ponto turístico surgiu há oito anos, depois que a administração do local percebeu um aumento no interesse pela história de Berlim Oriental. Alguns dos brinquedos foram levadas pela família para o Peru depois que o local fechou no início dos anos 2000
Foto: Renata Miranda
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Quem passa distraído dificilmente repara na placa que anuncia o Spreepark na entrada da floresta Plänterwald, no lado leste de Berlim. Para chegar até o parque, um dos centros mais populares de entretenimento do lado oriental da cidade durante a Guerra Fria, é preciso percorrer um caminho no meio de árvores e mato
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Logo na entrada, um mamute desdentado e sem tromba recebe os visitantes que, a bordo de um trem quase caindo aos pedaços, leva, todos os finais de semana, cerca de 300 curiosos em um passeio guiado pelas instalações do parque. Caminhar no local é proibido, já que a estrutura de muitos dos brinquedos está podre e enferrujada
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Para andar de trem e poder tirar fotos, cada visitante tem de desembolsar uma quantia de 15 euros. Os passeios atraem uma mistura de curiosos e nostálgicos da época em que a Alemanha era dividida entre Ocidental e Oriental
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Um dinossauro desbotado enfeita o caminho até a única lanchonete que ainda funciona no Spreepark. Ali, além de quitutes, também são oferecidos livros e cartões postais sobre o parque, aberto no final da década de 60 pela família alemã Witte. Aborrecidos com o fracasso do parque no início dos anos 2000, os donos se mudaram para o Peru
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Pixações são presença constante no local. As grades não são suficientes para coibir o vandalismo e manter longe quem deseja percorrer as ruas abandonadas fora do passeio guiado
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Apesar de desativada, a roda gigante do Spreepark ainda gira, movimentada pela forte ventania que é marca registrada da capital alemã. Os ruídos enferrujados que emanam do brinquedo são dignos de filmes de terror e dão ao parque um ambiente ainda mais sombrio
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Apesar de abandonado e vandalizado, o Spreepark ganhou status cult em Berlim e, além de visitas guiadas, o espaço também é alugado para sessões de foto e eventos culturais. Em junho, a banda britânica The XX se apresentou no local em um show que teve os ingressos esgotados em poucas horas
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Apesar de sujos, brinquedos ainda chamam a atenção em meio ao mato que não para de crescer. De acordo com dados da administração do parque, cerca de 300 pessoas passam por ali todos os sábados e domingos nas visitas guiadas. Durante a semana, o local é fechado para visitação
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Nem o Tiranossauro Rex escapou dos pixadores e grafiteiros. Derrubado em uma parte isolada do Spreepark, o animal decorativo hoje serve como casa para insetos e abrigo para bichos pequenos. O brinquedo contribui para a atmosfera de filme de terror do parque, abandonado desde seu fechamento, em 2001
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Esses carrinhos estão espalhados por todo o terreno do parque. Instalações são consideradas o último paraíso da RDA (República Democrática da Alemanha) pelo administrador do local, Gerd Emge
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O carrinho da montanha-russa principal do Spreepark ainda está lá, a postos para levar os visitantes por seus trilhos enferrujados. A estrutura de madeira que leva até a entrada do brinquedo, porém, não é segura e está podre e escorregadia, com algumas de suas tábuas faltando
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O Spreepark entrou em decadência em meados da década de 1990. Com o número de visitantes cada vez mais em baixo, o dinheiro foi acabando e o parque teve de fechar
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O futuro do parque ainda é incerto. Há rumores de que área poderia ser utilizada para um grande empreendimento imobiliário, o que revoltou muitos moradores e entusiastas do parque
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No meio da floresta de Plänterwald, em um dos bairros esquecidos no leste de Berlim, está escondido um dos tesouros mais valiosos da época da Alemanha dividida: o Spreepark. Enferrujando entre árvores e lama, dinossauros e barcos em formato de cisne são alguns dos poucos sobreviventes do que já foi um dos mais populares parques de diversão de Berlim Oriental. Fechado para visitantes desde o início dos anos 2000, o lugar hoje atrai um misto de curiosos e nostálgicos da época da Guerra Fria.
Aberto em 1969 pela família alemã Witte, o parque era um dos principais pontos de entretenimento do lado leste do muro que dividiu Berlim durante quase três décadas. Nos anos 90, porém, enquanto a Alemanha trabalhava em sua reunificação e o lado ocidental apresentava um universo de opções de diversão antes inexistentes no lado oriental, o Spreepark entrou em decadência.
"O número de visitantes caiu e o dinheiro foi acabando", explicou à BBC Brasil o administrador do local, Gerd Emge. Como consequência, o parque acabou fechando em 2001, deixando suas atrações abandonadas a céu aberto.
Pouco depois, a família dona do local foi envolvida em um episódio polêmico, quando o patriarca e um de seus filhos foram presos tentando contrabandear para a Alemanha 167kg de cocaína dentro de uma atração para o parque chamada "Tapete Voador".
Nostalgia
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Quase 25 anos se passaram desde que o muro que dividia a capital alemã foi derrubado. A nostalgia pelos tempos da Alemanha Oriental, no entanto, é intensa entre a população, e pesquisas de opinião mostram que muita gente ainda sente falta daquela época.
Esta foi a motivação de Emge quando, há oito anos, ele decidiu organizar um passeio guiado, de trem, pelo parque - caminhar pelas ruas de pedra do Spreepark não é considerado seguro, já que muitos brinquedos têm suas estruturas apodrecidas e enferrujadas.
O passeio, que custa 15 euros por pessoa, acontece duas vezes por dia apenas durante os finais de semana e tem atraído um público cada vez maior interessado em conhecer de perto as relíquias de um passado não tão distante assim. "Aqui é o último paraíso da RDA (República Democrática da Alemanha)", disse Emge. De acordo com ele, cerca de 300 pessoas passam por ali todos os sábados e domingos.
Nos últimos anos, o futuro do parque vem sendo discutido entre os administradores e as autoridades da cidade de Berlim. Muitos investidores - entre eles um grupo que controla parques de diversão na Bélgica - já manifestaram interesse em assumir as rédeas do Spreepark. No entanto, nenhum acordo prosperou. Muito é especulado sobre o que poderia ser feito no terreno onde hoje estão os brinquedos do finado Spreepark. Uma das hipóteses mais controvertidas seria o possível plano para o desenvolvimento de um projeto imobiliário no local.
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Para Emge, a causa é política: "Se temos interessados em assumir o terreno para que o parque volte a funcionar, por que nada foi decidido ainda?". O Senado de Berlim, responsável pelo governo da cidade, não comenta o caso, e um pedido feito pelo Partido Pirata para revelar os detalhes do contrato não teve resposta.
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