Nos últimos meses, uma prática simples e acessível ganhou espaço entre influenciadores digitais e entusiastas do skincare: aplicar gelo diretamente no rosto. A técnica, conhecida como skin icing ou crioterapia facial, viralizou no TikTok e no Instagram, acumulando milhões de visualizações e despertando curiosidade sobre seus reais efeitos na pele.
A cena é quase sempre a mesma: alguém pega um cubo de gelo ou um rolinho facial congelado e desliza pelo rosto, especialmente nas regiões abaixo dos olhos e nas bochechas. A promessa? Reduzir inchaço, suavizar olheiras e até dar uma aparência de pele mais firme e luminosa. Até a atriz Carolina Dieckmann é adepta e deu a "dica preciosa" aos seus seguidores recentemente. Mas será que isso é eficaz?
Médico dermatologista, Thales Bretas, viúvo de Paulo Gustavo, gravou um vídeo comentando sobre o assunto em suas redes sociais.
"Quando você aplica o gelo, o que acontece é que os vasos da pele se contraem. Isso se chama vaso constrição. E aí, a vermelhidão de espinha, ou rosácea ou dermatite seborreica até melhora, só que isso é temporário. Logo depois, vem um efeito rebote, os vasos se dilatam e, de novo, vem aquele glow", disse.
Bretas falou que tem gente que usa um gelo como se fosse um primer, antes da maquiagem, mas apesar de parecer um ato simples, pode oferecer riscos. Quando o gelo é usado diretamente na pele por muito tempo pode causar:
- Queimadura por frio
- Inflamar os tecidos de gordura do rosto
- Desencadear algumas condições como urticária ao frio ou o fenômeno de raynaud, que causa isquemia - uma falta de sangue, que gera dor e cicatrizes.
"Não é todo mundo que pode sair por aí passando gelo no rosto. Às vezes a gente vê uma trend e acha que encontrou uma solução mágica. Usar o gelo de forma consciente no rosto, pode, sim, trazer um efeito imediato de fechamento dos poros, redução de inchaço e até de bolsas, mas o resultado duradouro vem com constância, produtos certos para sua pele e informação de qualidade", conclui o médico.