Quais as causas da hipertermia e seus prejuizos à saúde?

Descubra as principais causas da hipertermia e seus prejuízos à saúde, sintomas, riscos e formas eficazes de prevenção no dia a dia

28 dez 2025 - 06h33

A hipertermia é uma elevação anormal da temperatura do corpo, quando o organismo não consegue dissipar o calor que produz ou recebe do ambiente. Diferentemente da febre, que é uma resposta regulada pelo corpo a infecções, na hipertermia o sistema de controle de temperatura fica sobrecarregado. Essa condição pode surgir em situações de calor intenso, esforço físico excessivo ou uso de certos medicamentos e substâncias.

Esse aumento exagerado da temperatura corporal pode levar a alterações em vários órgãos, especialmente cérebro, coração, rins e músculos. Em casos mais leves, provoca mal-estar e cansaço; em quadros mais graves, pode causar danos permanentes e até risco de morte. Por isso, entender as causas da hipertermia e seus prejuízos à saúde é fundamental para prevenção e atendimento rápido.

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O que é hipertermia e como ela se diferencia da febre?

A hipertermia ocorre quando a temperatura interna do corpo ultrapassa o limite que o organismo consegue controlar, geralmente acima de 40 °C, sem um ajuste adequado pelo centro regulador no cérebro. Na febre, ao contrário, o corpo "decide" aumentar sua temperatura como parte da resposta imune, mas ainda mantém um certo controle interno. Na hipertermia, o problema principal é a falha em dissipar o calor.

O corpo humano utiliza mecanismos como suor, respiração mais rápida e dilatação dos vasos da pele para liberar calor. Em ambientes muito quentes ou úmidos, ou em esforço físico intenso, esses mecanismos podem não ser suficientes. Quando isso acontece, o indivíduo entra em um quadro de estresse térmico que pode evoluir para formas graves de hipertermia, como o golpe de calor.

Calor extremo, esforço físico intenso e alguns medicamentos podem levar à hipertermia – depositphotos.com / HayDmitriy
Calor extremo, esforço físico intenso e alguns medicamentos podem levar à hipertermia – depositphotos.com / HayDmitriy
Foto: Giro 10

Quais são as principais causas da hipertermia?

As causas da hipertermia são variadas, mas costumam envolver excesso de calor, esforço físico intenso ou interferência de medicamentos e doenças. Alguns fatores aparecem com frequência em atendimentos de urgência e são bem conhecidos pelos profissionais de saúde.

  • Exposição prolongada ao calor: permanência em ambientes quentes e mal ventilados, como carros fechados, cômodos sem circulação de ar ou locais com alta umidade.
  • Atividade física intensa: prática esportiva pesada, principalmente em horários de sol forte, sem hidratação adequada.
  • Uso de roupas inadequadas: peças muito fechadas ou impermeáveis, que impedem a evaporação do suor.
  • Doenças que dificultam a transpiração: algumas condições dermatológicas ou metabólicas podem reduzir a capacidade de suar.
  • Medicamentos e drogas: certos antidepressivos, antipsicóticos, diuréticos, estimulantes e substâncias ilícitas podem alterar o controle térmico.
  • Idade extrema: crianças pequenas e idosos têm maior risco, porque regulam a temperatura com mais dificuldade.

Além desses fatores, há formas específicas, como a hipertermia maligna, associada a anestésicos em cirurgias, e a hipertermia por esforço, que é comum em atletas, militares e trabalhadores expostos ao sol. Em todos os casos, quanto mais rápido o aumento da temperatura, maior a probabilidade de prejuízos à saúde.

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Quais os prejuízos da hipertermia para a saúde?

Os prejuízos da hipertermia variam de acordo com a intensidade e o tempo de exposição ao calor excessivo. No início, podem surgir sintomas inespecíficos, que muitas vezes passam despercebidos. Se o quadro evolui, os danos se tornam progressivamente mais graves.

  1. Fase inicial (estresse térmico leve): sensação de calor intenso, sede, fraqueza, tontura, dor de cabeça e suor excessivo.
  2. Câimbras por calor: contrações dolorosas em pernas, braços ou abdômen, geralmente ligadas à perda de sais minerais pelo suor.
  3. Exaustão pelo calor: queda de pressão, náuseas, vômitos, pele fria e úmida, cansaço intenso e redução da capacidade de raciocínio.
  4. Golpe de calor (forma grave de hipertermia): temperatura muito alta, pele quente e seca, confusão mental, convulsões, perda de consciência e risco de falência de órgãos.

Quando a temperatura corporal permanece elevada por tempo prolongado, podem ocorrer lesões em células do cérebro, coração e rins. Isso aumenta o risco de sequelas neurológicas, arritmias cardíacas e insuficiência renal. Em situações extremas, a hipertermia pode levar à parada cardíaca.

Tontura, fraqueza e confusão mental podem ser sinais de hipertermia – depositphotos.com / Ischukigor
Foto: Giro 10

Como reduzir os riscos da hipertermia no dia a dia?

Prevenir a hipertermia e os prejuízos que ela traz à saúde passa por medidas simples, mas constantes. A rotina em dias quentes ou em ambientes de trabalho expostos ao sol exige atenção redobrada.

  • Manter hidratação adequada ao longo do dia, priorizando água e, quando necessário, soluções com sais minerais.
  • Evitar exposição direta ao sol nos horários mais quentes, preferindo locais com sombra e ventilação.
  • Usar roupas leves, claras e que permitam a transpiração.
  • Planejar pausas para descanso em trabalhos físicos intensos ou práticas esportivas prolongadas.
  • Observar sinais de alerta, como tontura, náusea, cansaço exagerado e confusão mental.
  • Proteger grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas.

Em casos suspeitos de golpe de calor ou hipertermia grave, a orientação é buscar atendimento médico imediato. Enquanto o socorro não chega, é recomendável levar a pessoa para um local arejado, remover o excesso de roupas e tentar resfriar o corpo com compressas frias ou banho morno, sem utilizar métodos extremos. A identificação rápida das causas da hipertermia e a adoção de cuidados básicos ajudam a reduzir danos e preservar a saúde.

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