O verão não está dando trégua em vários estados no Brasil. Essa semana, o Rio de Janeiro enfrenta ondas de calor extrema, com calor de nível 4, que indica temperaturas acima de 40°C, o que pode oferecer riscos à saúde, se a hidratação e alimentação não forem adequadas.
"Mesmo indivíduos saudáveis podem sofrer com os efeitos do calor extremo, incluindo desidratação, exaustão térmica e insolação, condições potencialmente graves", diz a Dra. Patrícia Almeida Gastroenterologista e Hepatologista do Hospital Israelita Albert Einstein.
A médica lista as principais recomendações de cuidados com as altas temperaturas.
- Manter-se hidratado: A ingestão de 2 a 3 litros de água por dia é essencial. Durante atividade física, a reposição hídrica deve ser maior.
- Evitar exposição ao sol nos horários críticos: Entre 10h e 16h, a radiação solar é mais intensa, aumentando o risco de hipertermia.
- Vestir roupas leves e claras: Tecidos como algodão e linho ajudam na dissipação do calor.
- Evitar atividades físicas intensas nos horários mais quentes: Se necessário, optar por ambientes climatizados ou horários mais frescos.
- Reforçar a proteção solar: Uso de protetor solar, óculos escuros e chapéus para evitar queimaduras solares.
- Ficar atento aos sinais de exaustão térmica: Tontura, fadiga extrema, sudorese intensa e confusão mental podem indicar hipertermia e exigem resfriamento imediato
Risco maior à quem sofre com doenças crônicas
A profissional ressalta em situações de calor nível 4, os efeitos sobre o organismo podem ser graves, especialmente para pessoas com doenças crônicas, como hipertensão e diabetes.
"Pacientes com hipertensão arterial e diabetes mellitus apresentam maior vulnerabilidade a temperaturas extremas devido a alterações na regulação cardiovascular e no balanço hídrico e de eletrólitos", explica.
• Hipertensão arterial: O calor provoca vasodilatação, levando à redução da pressão arterial, o que pode resultar em hipotensão postural e aumento do risco de quedas. Além disso, a desidratação pode reduzir o volume sanguíneo, levando a taquicardia reflexa e sobrecarga cardíaca.
• Diabetes mellitus: Pacientes diabéticos, especialmente aqueles com neuropatia autonômica, podem ter um comprometimento da resposta à regulação térmica, tornando-se menos eficientes na dissipação do calor. Além disso, a desidratação pode afetar a função renal e descompensar a glicemia, pois a menor ingestão de líquidos pode levar a concentrações mais altas de glicose no sangue.
Cuidados Essenciais:
- Hidratação constante: Ingestão de pelo menos 2 a 3 litros de água por dia, ajustando de acordo com as necessidades individuais.
- Monitoramento da pressão arterial e glicemia: Pessoas com hipertensão devem ficar atentas à hipotensão postural, e diabéticos devem evitar a desidratação para prevenir hiperglicemia.
- Evitar exposição ao calor: Permanecer em locais frescos e evitar atividades ao ar livre entre 10h e 16h.
- Revisão de medicamentos: Alguns anti-hipertensivos (diuréticos, betabloqueadores) e hipoglicemiantes podem necessitar de ajustes sob supervisão médica.
Alimentos recomendados e os que devem ser evitados
A alimentação desempenha um papel fundamental na regulação térmica do corpo e na prevenção de desidratação e desequilíbrios.
Alimentos Recomendados:
- Frutas e vegetais ricos em água: Melancia, melão, pepino, alface, abobrinha e tomate, por exemplo.
- Proteínas magras: Peixes, frango e leguminosas ajudam na manutenção da massa muscular sem sobrecarregar a digestão l.
- Alimentos ricos em potássio e magnésio: Banana, abacate e água de coco ajudam na regulação eletrolítica, prevenindo cãibras e fadiga.
- Bebidas isotônicas naturais: Água de coco e sucos naturais sem açúcar auxiliam na reposição de eletrólitos.
Alimentos que Devem Ser Evitados:
- Alimentos ultraprocessados e ricos em sódio: Embutidos, fast-food e enlatados podem agravar a retenção de líquidos e atrapalhar o processo de equilíbrio do corpo.
- Café e álcool em excesso: Podem ter efeito diurético, favorecendo a desidratação.
- Comidas gordurosas e de difícil digestão: Frituras e carnes vermelhas podem sobrecarregar o aparelho digestivo.