Juliana Marins: Hipotermia e demora no resgate podem ter levado jovem à morte

'Abaixo de 35 °C, o organismo começa a falhar, o que pode evoluir para colapso cardiovascular e morte', diz médica

24 jun 2025 - 16h00
A publicitária Juliana Marins
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Foto: Reprodução/Instagram

A morte de Juliana Marins, de 26 anos, confirmada pela família nesta terça-feira, 24, comoveu milhares de brasileiros que torciam para que ela fosse resgatada com vida. A médica Patrícia Almeida, do Hospital Albert Einstein, explica que, além dos traumas que ela deve ter sofrido com a queda, outro fator extremamente relevante é o frio.

"A região onde Juliana estava tem características montanhosas, com variações de temperatura acentuadas, especialmente durante a noite. A hipotermia pode se instalar rapidamente em pessoas feridas e imóveis", diz.

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Em temperaturas amenas, a exposição prolongada já é suficiente para derrubar a temperatura corporal a níveis perigosos.

"Abaixo de 35 °C, o organismo começa a falhar — o que pode evoluir para colapso cardiovascular e morte, principalmente se associado à exaustão, desidratação e ferimentos", complementa..

Demora no resgate pode ter causado a morte de Juliana Marins?

A especialista acredita que a demora do resgate de quatro dias podem ter causado a morte da jovem. "Não se trata de fazer acusações precipitadas — o laudo oficial trará os dados definitivos. Mas do ponto de vista médico, a ausência de resgate em tempo oportuno é, sim, um fator de risco direto para morte em casos de politrauma, especialmente quando há exposição ambiental, isolamento, e nenhuma forma de suporte à vida".

A médica ressalta que Juliana sobreviveu à queda inicial, conforme imagens de drones mostraram ela se movimentando. "Pode ter passado horas, talvez dias, em sofrimento, tentando resistir com os recursos do próprio corpo — recursos que, sozinhos, não bastam em situações de trauma. É doloroso dizer, mas ela não teve a chance de lutar com ajuda. E isso muda tudo", explica.

A profissional ainda destaca que, casos como esse são um alerta claro para a necessidade de protocolos eficientes de resgate em áreas remotas. "Com uso de tecnologias de localização, preparo de expedições, e protocolos rígidos de segurança em ambientes de alto risco. A natureza é bela, mas pode ser muito perigosa. Juliana merecia ser encontrada com vida. Merecia ter recebido ajuda", conclui.

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