Fazer uma cirurgia plástica ou fazer um procedimento estético?

Injetáveis reforçam ação do bisturi na busca por resultados estéticos mais naturais

3 fev 2025 - 06h50
Resumo
Tecnologias estéticas como lasers e ultrassom microfocado ganham destaque. Cirurgia plástica e tratamentos estéticos são complementares, não concorrentes.
Fazer uma cirurgia plástica ou fazer um procedimento estético?
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Nos últimos anos, os procedimentos injetáveis e as tecnologias como lasers e ultrassom microfocado ganharam destaque no universo dos tratamentos estéticos, prometendo rejuvenescer a pele de forma natural e gradual, com técnicas menos invasivas e com baixíssimo downtime (tempo de recuperação). Mas com esse crescimento, surge a dúvida: esses tratamentos são realmente uma alternativa definitiva à cirurgia plástica facial ou funcionam como aliados complementares? 

“A cosmiatria e a cirurgia plástica são complementares, não concorrentes! Enquanto a cirurgia plástica oferece soluções para mudanças estruturais e permanentes, a cosmiatria atua na manutenção e melhoria da saúde e beleza da pele, proporcionando resultados naturais e duradouros. Juntas, essas áreas de expertise garantem tratamentos personalizados, baseados em ciência, que atendem às necessidades de cada paciente, promovendo autoestima e bem-estar”, explica a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

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De acordo com a médica, hoje, o uso de tecnologias na cirurgia plástica é realidade e rotina. “O consultório de cirurgia plástica mudou muito nos últimos tempos. O bisturi, somente, não é mais uma opção, assim como a cirurgia estética passou a começar muito antes do paciente entrar no centro cirúrgico. E o tratamento só termina muito tempo depois. E as tecnologias permeiam toda essa jornada do paciente dentro do consultório. Podemos associar no pré e no pós-operatório, o que prolonga os resultados”, explica Beatriz. 

“Temos também os injetáveis. Os bioestimuladores de colágeno estimulam o aporte e função de fibroblastos de forma química e quando associados a ultrassom microfocado potencializam o efeito para uma pele mais firme. Podemos iniciar esse processo já no pré-operatório com inúmeros procedimentos que permitem melhorar a qualidade da pele e reduzir a flacidez”, comenta a cirurgiã plástica.

“Isso pode trazer excelente resultado para pacientes que têm indicação cirúrgica de blefaroplastia e lifting facial.”

Segundo ela, o lifting facial reposiciona a musculatura e a pele. “Mas se a qualidade da pele está muito ruim, sem elasticidade por falta de colágeno, o resultado da cirurgia será comprometido. Nesses casos, além dos bioestimuladores, tecnologias como os lasers de diodo ou de CO2, a luz pulsada e o ultrassom microfocado podem ser usadas para estimular a produção de colágeno, melhorar a qualidade da pele e, portanto, o resultado da cirurgia”, diz a médica. 

Outra estratégia é dar mais volume combinado com a lipoenxertia, técnica que utiliza a gordura retirada do próprio paciente por meio de lipoaspiração. “Após tratada, essa gordura é reinjetada na pele para promover volume. Por isso, não tem risco de rejeição”, diz a cirurgiã plástica. “Apesar de não ser definitivo, apenas parte da gordura é reabsorvida, assim contribuindo para a manutenção dos resultados. Além disso, a gordura conta com células-tronco que promovem uma potente regeneração dos tecidos da região tratada. Com isso, conseguimos resultados mais naturais”.

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Também não é incomum, segundo a médica, que a blefaroplastia (cirurgia das pálpebras) seja realizada em um protocolo que inclua a toxina botulínica após a recuperação do paciente. “Nessa combinação podemos suavizar rugas ao redor dos olhos e garantir um resultado mais harmonioso”, diz a médica. 

“A toxina botulínica paralisa o músculo. Qualquer músculo pode ser tratado. No caso das rugas pés de galinha, na lateral dos olhos, elas são causadas por contração do músculo orbicular que contorna os olhos, quando se contrai, abaixa a parte lateral da sobrancelha. O músculo frontal quando se contrai eleva as sobrancelhas. A ação de ambos faz com que as sobrancelhas assumam posição neutra e tenhamos expressão facial elevando ou abaixando o supercílio. Ou seja, quando aplicamos a toxina na lateral dos olhos, o orbicular fica paralisado e o frontal perde seu opositor, elevando a posição da sobrancelha, o que pode significar um olhar mais disposto, menos triste, mais agradável”, ensina a cirurgiã plástica.

A rinoplastia, cirurgia do nariz, também pode ser combinada com tratamentos a laser para melhora da textura da pele. “Após a rinoplastia, muitos pacientes optam por tratamentos a laser para melhorar a textura e o tom da pele ao redor do nariz, garantindo uma aparência uniforme e rejuvenescida”, diz a médica.

Por fim, a médica ressalta que o bom senso do médico cirurgião plástico sempre será imperativo nessas associações e existe uma necessidade constante de atualização, pois a evolução das técnicas é sempre constante. “Essas técnicas associadas permitem que os pacientes obtenham resultados mais personalizados, combinando o melhor de dois mundos: a precisão e os efeitos duradouros da cirurgia plástica com os benefícios minimamente invasivos dos tratamentos estéticos”, finaliza Beatriz.

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(*) Homework inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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