O Ministério da Saúde decidiu incorporar ao Sistema Único de Saúde (SUS) duas novas tecnologias para tratamento da endometriose: o Dispositivo Intrauterino Liberador de Levonogestrel (DIU-LNG) e o desogestrel.
A endometriose é caracterizada pelo crescimento do endométrio - o tecido que reveste o interior do útero e descama durante a menstruação - em locais fora da cavidade uterina, causando dores e inflamação.
Conforme já mostrou o Estadão, estima-se que a endometriose atinja 200 milhões de mulheres no mundo, e cerca de 8 milhões no Brasil.
A pasta da saúde disse ter observado um aumento de 30% na assistência relacionada à endometriose na atenção primária nos últimos dois anos. O número de atendimentos passou de 115 mil em 2022, para 144 mil em 2024.
Na atenção especializada, o aumento foi ainda maior, de 70%, passando de 31,7 mil atendimentos em 2022 para 53,7 mil em 2024. Também houve um aumento de 32% nas internações pela doença - 14,7 mil em 2022, e 19,5 mil em 2024.
"Mais do que inovação, estamos falando de garantir cuidado oportuno e eficaz para milhares de mulheres que convivem com a dor e o impacto da endometriose em seu dia a dia", afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em nota.
Quando o tratamento estará disponível?
As portarias de incorporação datam de 27 e 30 de maio. A partir dessas datas, o SUS tem até 180 dias para efetivar a oferta. Ou seja, antes do final de novembro.
O que é o DIU-LNG?
De acordo com os National Institutes of Health (NIH), principal agência de pesquisa biomédica e em saúde dos Estados Unidos, o DIU-LNG é um tipo de dispositivo intrauterino hormonal - isto é, um pequeno pedaço de plástico liso, em forma de T, que é inserido no útero.
Nesse caso, ele libera um hormônio chamado levonorgestrel (LNG), que ajuda a suprimir o crescimento do tecido endometrial fora do útero.
Ele é especialmente útil para mulheres que não podem usar anticoncepcionais combinados (com estrogênio e progesterona), de acordo com a pasta da Saúde.
O que é o desogestrel?
Trata-se de um anticoncepcional hormonal que atua principalmente inibindo a ovulação. Ele age bloqueando a atividade hormonal, que impede o crescimento do endométrio fora do útero, explica a Saúde.
Esse medicamento poderá ser usado como primeira linha de tratamento, ou seja, pode ser prescrito já na avaliação clínica até que o diagnóstico se confirme por meio de exames, conta.