Como o uso de celular pode afetar a sua saúde

Veja o que diz pesquisa realizada recentemente.

14 mai 2022 - 02h00
Foto: Adobe Stock

Quanto tempo você já conseguiu ficar sem mexer no celular ao longo do dia? 39% da população mundial afirma não conseguir passar mais de uma hora longe do aparelho móvel, segundo levantamento da Digital Turbine. Há mais um sinal de alerta aos brasileiros: Nosso tempo médio de uso de celular e de outros dispositivos móveis chega a 5 horas e 45 minutos por dia, de acordo com um relatório da AppAnnie feito em 2021.

Essa dependência que desenvolvemos foi comprovada em uma pesquisa feita pela Codacons, na Itália. Isso porque, dos 300 voluntários que se dispuseram a ficar sem utilizar o celular por 15 dias - com acompanhamento de um grupo de psicólogos - 70% afirmaram “não conseguir viver” sem o aparelho, começaram a desenvolver transtornos e até sintomas de doenças como depressão, baixa autoestima, perda do apetite e problemas sexuais com o parceiro.

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Para não restar dúvidas sobre o impacto do uso desses dispositivos em nossa saúde, outro experimento, este da Psychology Today, apontou que, após apenas uma semana, os participantes que tiveram que desligar seus celulares uma hora antes de dormir sentiram maior disposição e bom humor no dia a dia, sendo a principal mudança a qualidade do sono.

As telas acabam impactando neste nosso momento de descanso porque emitem uma luz azul que, conforme revelou estudo da Universidade de Haifa, em Israel, inibe a produção da melatonina - o hormônio do sono - proveniente da glândula pineal e responsável pela indução do sono.

Então basta evitar usar o celular antes de dormir?

Na verdade, não. O uso excessivo de celulares é também responsável por problemas na visão. Um estudo da Universidade de Seul aponta que o uso de celulares por mais de 3,2 horas por dia contribui para diminuir a lubrificação dos olhos, causando sensação de uma falsa miopia e até cegueira temporária. Em casos mais graves, a alta exposição à luz azul pode levar à degeneração macular, área central da retina.

Para o dr. Tales Shibata, gerente médico na Sami, além dos danos diretos causados pelo uso de celulares, há também os indiretos, como o aumento dos casos de excesso de peso na infância, e o avanço no número de pessoas com transtorno de ansiedade ocasionado pelo uso excessivo de redes sociais, por exemplo.

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Mas só existem pontos negativos?

“Um celular conectado à internet tem inúmeras possibilidades, tudo depende da forma como aproveitamos isso”, pondera o Dr. Tales Shibata. Durante a pandemia, os aparelhos foram importantes como alternativa para as consultas médicas. Mais de 7,5 milhões de teleconsultas já foram realizadas no Brasil, de acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital.

Na Sami, operadora de saúde de São Paulo, 92% das consultas realizadas em março deste ano foram realizadas por meio de videoconferências, o que mostra o potencial dos celulares de ser um instrumento que facilita a manutenção da saúde. Além disso, mais de 26% dos membros da Sami utilizam o Gympass em modalidades online e presencial. As plataformas de bem-estar também ganharam força nos últimos dois anos, e são uma nova tendência na saúde.

“Os celulares podem ser utilizados como ferramenta de apoio à saúde, como em uma teleconsulta ou uma atividade física. Mas é importante saber identificar os momentos de se afastar do aparelho. Excluir o celular da rotina é praticamente impossível, mas podemos definir rotinas e limites de uso, o que é um grande passo para ser mais saudável”, conclui o gerente médico.

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