Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS decidiu não incluir a semaglutida e a liraglutida no Sistema Único de Saúde devido a custos altos e eficácia questionada nos casos analisados.
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) não aprovou a incorporação da semaglutida no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamento da obesidade grau II e III, sem diabetes, com idade a partir de 45 anos e com doença cardiovascular estabelecida. A substância está presente nas famosas canetas injetáveis Ozempic e Wegovy, que atuam no controle da glicemia, reduzem o apetite e, consequentemente, o peso.
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A decisão da comissão foi tomada em uma reunião na última quarta-feira, 20. Nos argumentos dados pela negativa à incorporação da semaglutida ao SUS constam o alto custo do medicamento. Para ser viável ofertá-lo financeiramente, seria preciso restringir o acesso aos pacientes descritos acima e pelo período de apenas dois anos. Isso gerou questionamentos quanto à eficácia da oferta.
Os membros da comissão avaliaram que os estudos disponíveis até o momento indicam que a semaglutida é um medicamento de uso contínuo. Segundo o órgão, há evidências de que cerca de 33% não mantêm o peso após a parada do tratamento.
Além da semaglutida, a Conitec avaliou a incorporação da liraglutida para o tratamento de pacientes com obesidade e diabetes mellitus tipo 2 e da vacina adsorvida hexavalente acelular (DTaP/HB/VIP/Hib) para crianças com até 6 anos, 11 meses e 29 dias imunodeprimidas, com condições clínicas especiais ou com risco aumentado de apresentarem eventos adversos. Em ambos os casos, a recomendação foi pela não incorporação ao SUS.
A liraglutida, assim como a semaglutida, também tem como efeito colateral a perda de peso. Ela está presente na caneta injetável Saxenda.