Aumento do baço: causas, sintomas e tratamentos

O aumento do baço, que tem o nome de esplenomegalia, é uma alteração que pode surgir em diferentes fases da vida. Conheça causas, sintomas e tratamentos.

12 dez 2025 - 11h00

O aumento do baço, que tem o nome de esplenomegalia, é uma alteração que pode surgir em diferentes fases da vida. Ela associa-se a diversas doenças, desde infecções simples até problemas hematológicos mais complexos. O baço situa-se no lado esquerdo do abdômen, abaixo das costelas, e participa da defesa do organismo e do controle das células do sangue. Por isso, quando esse órgão cresce além do tamanho esperado, costuma ser um sinal de que algo está exigindo esforço extra do sistema imunológico ou circulatório.

Em muitos casos, o baço aumentado não causa desconforto imediato. Isso faz com que a alteração passe despercebida por algum tempo. Porém, à medida que o órgão cresce, pode provocar dor, sensação de peso no abdômen e até interferir na função de outros órgãos próximos. Por isso, especialistas recomendam atenção a sintomas persistentes, especialmente quando há histórico de infecções frequentes, doenças do sangue ou problemas hepáticos.

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À medida que o baço cresce, pode provocar dor, sensação de peso no abdômen e até interferir na função de outros órgãos próximos – depositphotos.com / serezniy
À medida que o baço cresce, pode provocar dor, sensação de peso no abdômen e até interferir na função de outros órgãos próximos – depositphotos.com / serezniy
Foto: Giro 10

O que é esplenomegalia e por que o baço pode aumentar?

A palavra esplenomegalia significa, literalmente, "baço grande". Em pessoas saudáveis, esse órgão tem dimensões limitadas. No entanto, pode aumentar quando há maior demanda por filtragem do sangue, destruição de células sanguíneas alteradas ou resposta a processos inflamatórios. Ademas, o aumento do baço não é uma doença isolada, e sim um sinal que se associa a outra condição de base que precisa ser identificada.

Do ponto de vista funcional, o baço atua como um filtro, removendo células sanguíneas envelhecidas, armazenando plaquetas e ajudando na produção de anticorpos. Porém, quando há prolongamento de infecções, doenças do fígado, alterações na medula óssea ou doenças autoimunes, o órgão tende a trabalhar de forma mais intensa. Isso pode levar ao crescimento do volume. Em alguns quadros, o baço também passa a destruir mais células do que o adequado, favorecendo anemia, queda de plaquetas e redução de glóbulos brancos.

Quais são as principais causas do aumento do baço?

As causas da esplenomegalia são variadas e seu agrupamento se dá em alguns grandes grupos. Em geral, o médico avalia idade, histórico de saúde, uso de medicamentos e outros sinais clínicos para traçar os possíveis motivos do baço aumentado.

  • Infecções: incluem mononucleose, hepatites virais, COVID-19, infecções bacterianas prolongadas, malária e outras doenças parasitárias.
  • Doenças do fígado e hipertensão portal: cirrose hepática, hepatites crônicas e acúmulo de gordura no fígado podem dificultar a circulação do sangue, favorecendo o aumento do baço.
  • Doenças hematológicas: leucemias, linfomas, mielofibrose, anemias hemolíticas e outras alterações da medula óssea frequentemente cursam com esplenomegalia.
  • Doenças autoimunes: lúpus, artrite reumatoide e outras condições em que o sistema imunológico reage contra o próprio organismo podem envolver o baço.
  • Doenças de depósito e metabólicas: algumas enfermidades genéticas levam ao acúmulo de substâncias no interior dos órgãos, causando aumento progressivo do baço.
  • Tromboses e alterações vasculares: problemas nas veias que drenam o baço ou o fígado, como trombose da veia porta, também estão entre as causas.

Em crianças, o baço grande costuma estar mais associado a infecções e algumas doenças hereditárias do sangue. Por sua vez, em adultos, cirrose, hepatites crônicas e doenças hematológicas ganham maior destaque. Identificar a causa é essencial para decidir o tratamento adequado e avaliar possíveis riscos.

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Quais sintomas podem indicar aumento do baço?

O aumento do baço pode ser assintomático, principalmente em fases iniciais. No entanto, quando os sintomas aparecem, costumam envolver tanto desconfortos locais quanto sinais gerais, relacionados à doença de base. Assim, entre as queixas mais comuns, destacam-se:

  • Dor ou sensação de peso no lado esquerdo do abdômen, abaixo das costelas;
  • Sensação de estômago "cheio" rapidamente, mesmo após refeições pequenas, pela compressão do estômago;
  • Inchaço ou aumento visível do volume abdominal, em alguns casos;
  • Cansaço, fraqueza e palidez, associados à anemia;
  • Infecções recorrentes, quando há redução de glóbulos brancos;
  • Facilidade para hematomas e sangramentos, quando as plaquetas estão baixas.

Outro ponto relevante é o risco de ruptura do baço em casos de esplenomegalia importante, principalmente em traumas abdominais, quedas ou acidentes. Por essa razão, profissionais de saúde costumam orientar a evitar esportes de contato ou atividades com grande chance de impacto forte na região quando o órgão está muito aumentado.

Como é feito o diagnóstico do baço aumentado?

O diagnóstico da esplenomegalia começa com uma avaliação clínica detalhada. Durante o exame físico, o profissional palpa o abdômen para verificar se o baço está palpável abaixo das costelas, algo que normalmente não acontece em adultos saudáveis. Depois, a partir dessa suspeita, exames complementares são solicitados.

  1. Exames de sangue: ajudam a avaliar hemoglobina, plaquetas, glóbulos brancos, função do fígado e presença de infecções.
  2. Ultrassonografia de abdômen: é um dos métodos mais usados para medir o tamanho do baço e observar outras estruturas, como fígado e vasos.
  3. Tomografia ou ressonância magnética: podem ser indicadas em situações mais complexas, quando é preciso detalhar melhor a anatomia e investigar massas ou tromboses.
  4. Exames específicos: sorologias, testes genéticos, mielograma e biópsia de medula óssea podem ser necessários se houver suspeita de doença hematológica ou metabólica.

A interpretação dos exames é feita em conjunto, sempre relacionando os achados laboratoriais e de imagem com a história clínica da pessoa. Em alguns casos, o acompanhamento periódico é importante para observar a evolução do tamanho do baço e da doença de base.

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Exames de sangue ajudam a avaliar hemoglobina, plaquetas, glóbulos brancos, função do fígado e presença de infecções – depositphotos.com / DragonImages
Foto: Giro 10

Qual é o tratamento para o aumento do baço?

O tratamento do baço aumentado não é padronizado, pois depende diretamente da causa identificada. De forma geral, o foco é controlar ou corrigir a doença responsável pela esplenomegalia. Por exemplo, em infecções virais autolimitadas o órgão tende a retornar ao tamanho habitual com o tempo. Já em quadros crônicos, pode ser necessário tratamento prolongado.

  • Controle de infecções: uso de antivirais, antibióticos ou antiparasitários, conforme o agente causador.
  • Cuidado com o fígado: tratamento de hepatites, manejo da cirrose, controle de álcool e de outras agressões hepáticas.
  • Tratamento de doenças hematológicas: pode envolver quimioterapia, imunoterapia, transplante de medula óssea ou outros esquemas específicos.
  • Terapias imunossupressoras: indicadas em algumas doenças autoimunes associadas ao aumento do baço.
  • Cirurgia (esplenectomia): retirada parcial ou total do baço é reservada para situações selecionadas, como ruptura, destruição intensa de células sanguíneas ou falha de outros tratamentos.

Após a retirada do baço, quando indicada, a pessoa passa a ter maior risco de infecções graves, razão pela qual vacinas específicas e acompanhamento médico regular se tornam fundamentais. Mesmo quando não há necessidade de cirurgia, recomenda-se manter hábitos saudáveis, comparecer às consultas de acompanhamento e seguir as orientações para reduzir riscos de complicações. Em especial, em atividades físicas com possibilidade de traumas abdominais.

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