5 sinais de que seu pet está com depressão e ansiedade

Cleber Santos, especialista em comportamento animal, comenta alternativas para cuidar da saúde mental do seu pet

1 fev 2024 - 06h40
(atualizado em 2/2/2024 às 18h45)
5 sinais de que seu pet está com depressão e ansiedade
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Para cada 10 pets, quatro apresentam algum quadro de ansiedade, depressão ou autoflagelação. Essa é a média relatada por Cleber Santos, especialista em comportamento animal e CEO da Comport Pet.

Principalmente após o fim da pandemia e o retorno gradual ao trabalho presencial, observou-se um aumento drástico nos casos crônicos de depressão e autoflagelo nos animais. O especialista destaca que muitos cães estão enfrentando transtornos mentais devido à abrupta interrupção do vínculo afetivo formado durante o período de confinamento. "Assim como para as crianças, é preciso um cuidado especial para tratar essa história, de preferência, com estratégias orientadas para essa transição", explica Santos.

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Dody Martins, dona de Mickey, um Lhasa Apso, notou mudanças no comportamento do seu pet após retornar ao trabalho. “Mickey não comia, bebia pouco, coçava-se e mordia a noite toda. O veterinário indicou um creme para dermatite, mas os sintomas persistiram. Percebi que poderia ser um problema emocional, algo desconhecido por mim até então”, conta Dody, que procurou a ajuda do especialista em comportamento para aderir alguns novos “rituais” que acalmassem seu cão.

Tristeza x Depressão x Autoflagelo

O agravamento da ansiedade para um quadro depressivo é comum, pois os sinais de socorro nem sempre são percebidos. Mudanças de comportamento, como desobediência, agressividade ou agitação, podem ser interpretadas pelos donos como formas de "chamar a atenção".  Santos destaca a importância de diferenciar a tristeza da depressão nos pets. “Sintomas depressivos incluem falta de apetite, apatia, inatividade, pouca afetividade, sono excessivo e falta de vontade de brincar. O autoflagelo, resultado da ansiedade, manifesta-se por comportamentos autodestrutivos como morder ou lamber excessivamente, podendo levar a machucados”, explica.

Nos casos de depressão e autoflagelo, é recomendado buscar ajuda profissional de um especialista em etologia, zoopsiquiatria ou medicina veterinária comportamental. Terapias complementares como musicoterapia, cromoterapia, acupuntura, florais, cannabis, entre outras, podem promover bem-estar físico e psíquico nos animais, reduzindo os efeitos colaterais de medicamentos convencionais.

Conheça mais essas terapias

Musicoterapia e Cromoterapia: Cleber Santos foi o precursor da musicoterapia para cães no Brasil. Trazendo a especialização após um período de estudos no Canadá, o especialista inseriu na rotina da sua creche animal as sessões de musicoterapia com cromoterapia. Em suas sessões diárias, reproduz sons de piano, sax e violino, proporcionando relaxamento e concentração aos animais. A cromoterapia, utilizando luzes coloridas, complementa o processo, promovendo um ambiente propício ao equilíbrio mental. Resultados visíveis incluem a redução do estresse e a integração harmoniosa entre animais.

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Cannabis para Pets: Segundo Claudia Passos, veterinária na Comport Pet, em cães e gatos, o CBD é frequentemente usado por suas propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e ansiolíticas, podendo aliviar a dor, reduzir a ansiedade e auxiliar no controle de convulsões. Além disso, tem benefícios no tratamento de condições como osteoartrite e distúrbios neurológicos. No entanto, ela salienta, o cuidado no uso em Pets: “o THC, por exemplo, é tóxico para cães e gatos em determinadas doses, e pode causar efeitos adversos graves. Por isso, produtos de cannabis para pets devem ser formulados de maneira a evitar a presença de THC. A supervisão de um veterinário é essencial ao considerar o CBD para animais de estimação, tanto para garantir a dosagem adequada quanto para evitar interações com outros medicamentos, intoxicação e efeitos adversos”, destaca. 

Terapia Floral e Acupuntura: Terapias com florais e acupuntura, prescritas por veterinários qualificados, também são uma opção acessível para pets. Sobre os florais, mais popularmente conhecidos, muitas vezes eles são receitados tanto para o dono quanto para o cachorro.

Já no caso da acupuntura, muitos se perguntam como segurar um cão ou gato em uma sessão de agulhadas. O especialista explica que a chave é o condicionamento. “Muitos animais não deixam de primeira. Mas, com paciência, eles vão relaxando. E vale muito a pena. A contribuição nos processos regenerativos é significativa, assim como na recuperação de cirurgias ou tratamentos para paralisias, AVCs, convulsões, tendinites, gastrites, cistites e para amenizar sintomas da quimioterapia”, explica Cleber.

O especialista completa que todas essas terapias não possuem um prazo definido e que, para muitos tratamentos, a média é de seis meses ou, em casos complexos, é necessária a continuidade.

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A construção de uma cultura da saúde mental inclui nossos cães, gatos e demais pets. Essas terapias alternativas oferecem abordagens eficazes para promover o equilíbrio e bem-estar emocional dos nossos animais de estimação.

Foto: Adobe Stock / Montagem Homework

(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão. 

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