O diabetes já afeta aproximadamente 16 milhões de brasileiros, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Diversos pesquisadores buscar encontrar novos tratamentos para oferecer maior comodidade, eficácia e controle dos níveis de açúcar no sangue.
A boa notícia é que um novo medicamento para diabéticos acaba de receber o registro no Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a comercialização da primeira insulina inalável do País. A resolução que concede o produto foi autorizada na última quinta-feira (30) e publicada nesta segunda-feira (3) no Diário Oficial da União.
Chamada de Afrezza, a nova insulina é vendida em pó, em cartuchos com três tipos de dosagem. O produto atinge a corrente sanguínea imediatamente e alcança níveis máximos de insulina entre 12 a 15 minutos após o uso. O medicamento foi desenvolvido pela Biomm, em parceria com a MannKind Corporation.
O objetivo da droga inalável é equilibrar a quantidade de insulina na corrente sanguínea após a ingestão de alimentos, por isso deve ser usado antes das refeições. Atualmente, só existem insulinas injetáveis no mercado.
Embora o produto seja uma alternativa para melhorar a qualidade de vida do paciente, a insulina inalável ainda não é capaz de substituir todas as aplicações diárias de insulina, ou seja só iria suprir o uso de aplicações de insulina de ação rápida ou ultrarrápida. Desta forma, a empresa fabricante afirma que pacientes com diabetes mellitus tipo 1 devem combinar o produto com uma insulina de ação prolongada.
Além disso, o medicamento é contraindicado para pacientes com problemas pulmonares e menores de 18 anos.
Antes da aprovação, testes foram realizados com mais de 3 mil participantes, portadores de diabetes tipo 1 ou tipo 2. Ainda não há previsão para a venda do medicamento no Brasil e o valores não foram divulgados.
A Afrezza está disponível nos Estados Unidos desde 2015, quando foi aprovado pela agência de regulamentação norte-americana Food and Drug Administration (FDA).
Outras tentativas da comercialização de insulina inalável
Em 2006, a Anvisa havia liberado a comercialização da Exubera, da Farmacêutica Pfizer, uma insulina inalável que era usada com o auxílio de um inalador. Contudo, no ano seguinte a empresa tirou a droga do mercado. Na época, foi informado que a insulina inalável não teve o alcance desejado.
Desde então, novos estudos foram realizados para encontrar um produto que fosse de fato acessível aos pacientes.