Após seu triunfo na Gália, Júlio César cruzou o rio Rubicão, a fronteira entre a Gália Cisalpina e a Itália, proclamando: "Alea iacta est" (a sorte está lançada). Ele sabia o que significava atravessá-lo naquela época e, ao fazê-lo, tomou o poder pela força. Relatou esse feito em seus Comentários sobre a Guerra da Gália, mas o fez como se tivesse sido realizado por outra pessoa. Ele não disse "eu", mas sim "César". O grande Caio Júlio César praticava o que hoje é conhecido como ileísmo.
Leia mais: Pessoas mentalmente fortes seguem estes cinco hábitos. Os espartanos já faziam isso há 2500 anos
O que é ileísmo?
Ileísmo é a prática de falar sobre si mesmo na terceira pessoa, em vez da primeira. Em vez de dizer "Estou com sono", diríamos "Anabel está com sono". Não se trata de vaidade ou excentricidade, mas de uma estratégia mental que psicólogos atualmente recomendam como forma de pensar com mais clareza, liderar com mais equilíbrio e gerenciar melhor as emoções — tudo isso por meio do nosso diálogo interno.
Falar sobre nós mesmos usando o próprio nome ou "ele/ela" em vez de "eu" torna-se uma ferramenta. Uma maneira de criar distância emocional, autoridade — ou ambos. No caso de Júlio César, ele escreveu passagens como "César ordenou que suas legiões avançassem" ou "César entendeu que a hora havia chegado".
...
Veja também