Chanceler chinês promete pulso firme contra corrupção e poluição

13 mar 2014 - 10h17

A Assembleia Nacional do Povo (ANP), o Legislativo chinês, concluiu nesta quinta-feira suas sessões anuais com a promessa do primeiro-ministro, Li Keqiang, de que seu governo será implacável na luta contra a corrupção e a poluição ambiental.

Em entrevista coletiva após o encerramento das sessões anuais do Legislativo chinês, Li, que completa agora seu primeiro aniversário de liderança junto ao presidente, Xi Jinping, prometeu que seu governo terá "tolerância zero" com a corrupção.

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A China, disse, "é um país sob o Estado de Direito. Não importa quem seja ou que cargo importante ocupe, se violar a disciplina do Partido e a Lei do país, será punido, porque todos somos iguais perante a lei".

O primeiro-ministro chinês não citou, no entanto, exemplos concretos, nem se referiu à aparente investigação aberta contra a principal acusação em décadas, contra o ex-chefe dos serviços de segurança chineses Zhou Yongkang.

Zhou se tornou a grande pergunta sem resposta da ANP. Apesar de ser ainda, pelo menos teoricamente, membro do Politburo - o órgão executivo do Partido Comunista da China - não consta que tenha participado das sessões da Assembleia, como corresponde aos integrantes da entidade.

Tampouco os jornalistas perguntaram sobre o caso na entrevista coletiva. Segundo o jornal independente de Hong Kong "South China Morning Post" (SCMP), alguns haviam sido previamente advertidos que não tocassem nesse assunto, sob ameaça de entrar para uma "lista negra" e impedidos de voltar a fazer questões no futuro.

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Os repórteres, sobretudo os estrangeiros, disseram ao "SCMP" que o Ministério das Relações Exteriores da potência asiática e o Escritório de Imprensa do governo lhes "aconselharam" assim antes da sessão, já que, segundo lhes disseram, ainda "é muito em breve" para fazer essa pergunta.

Em sua entrevista coletiva, o primeiro-ministro prometeu que haverá uma campanha para "reduzir atividades ilegais" como a falsificação de produtos, a fraude, a violação dos direitos de propriedade intelectual e a poluição, cujos culpados serão "duramente castigados".

A respeito da poluição, assunto não menos polêmico na China que a corrupção, Li enfatizou que a China precisa de "medidas e leis mais duras para combatê-la".

"Os órgãos de controle que derem as costas a atividades poluentes e falhem no desenvolvimento de suas funções terão que prestar contas por isso", disse o líder chinês.

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Sobre que quis dizer com "declarar a guerra ao 'smog'", como manifestou durante seu discurso de abertura da ANP a semana passada, Li asseverou que "não é declarar-lhe a guerra à natureza".

"Ao contrário, o que queremos dizer é que vamos declarar guerra a um modelo de crescimento e um modelo de vida ineficazes e insustentáveis", acrescentou.

No ano passado, o Conselho de Estado emitiu um plano de dez pontos para prevenir o controle da poluição do ar, pelo que agora China revisa o nível das partículas poluentes PM 2,5 - as menores e mais prejudiciais para a saúde, já que podem penetrar diretamente os pulmões - em 161 cidades.

"Trata-se da escala mais alta entre todos os países em desenvolvimento", disse Li.

No entanto, algumas críticas frequentes apontam a que as medições oficiais chinesas não são muito realistas e que costumam dar números abaixo das que publicam os controles de algumas Embaixadas na capital, por exemplo.

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A potência asiática também se impôs o objetivo de reduzir 3,9% o consumo de energia, em contraste com os 3,7% que baixou no ano passado, o que equivale a submeter à combustão 22 milhões de toneladas menos de carvão, a principal fonte energética da segunda economia mundial, lembrou Li.

O primeiro-ministro admitiu que a causas da poluição são "complexas" e que "tramitar o problema leva tempo".

Nesse sentido, Li pediu ao "governo, às empresas e a cada indivíduo da sociedade para agir juntos e realizar esforços consistentes para ganhar a batalha contra o 'smog'".

  
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