Por falta de chuva, governo de SP anuncia período maior com pressão reduzida na distribuição de água

Gestão estadual diz que intervenções estão ligadas ao baixo volume dos mananciais, que operam com 32,5% da capacidade

19 set 2025 - 22h26
(atualizado às 22h40)
Imagem da Represa Itabainha, registrada em agosto deste ano, quando os reservatórios operavam com cerca de 39% da sua capacidade.
Imagem da Represa Itabainha, registrada em agosto deste ano, quando os reservatórios operavam com cerca de 39% da sua capacidade.
Foto: Felipe Rau/Estadão / Estadão

Com o objetivo de preservar o nível dos mananciais, o governo de São Paulo anunciou nesta sexta-feira, 19, a adoção de medidas para controlar a saída de água dos reservatórios que abastecem a capital e municípios da região metropolitana.

O motivo é o baixo volume do Sistema Integrado Metropolitano (SIM), que opera nesta sexta com 32,5% da capacidade, conforme boletim da Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp). No mesmo período do ano passado, o índice era de 51,5%.

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Entre as ações, estão ampliar de oito para dez horas no tempo de gestão de demanda noturna (GDN) — agora das 19h às 5h — e o gerenciamento de pressão durante o dia. A medida consiste em diminuir a pressão nas tubulações, de modo a diminuir as perdas de água.

O GDN já havia sido aplicado no fim de agosto e, segundo a Sabesp, resultou em economia de 7,2 bilhões de litros de água, suficiente para abastecer 800 mil pessoas por um mês — o equivalente à população de São Bernardo do Campo.

De acordo com o governo paulista, a retomada da medida ocorre devido a "eventos climáticos e cenário de chuvas abaixo do esperado". A gestão afirma ainda que as intervenções são temporárias e permanecerão em vigor até que "sejam recompostos os níveis dos mananciais", de forma a garantir "o abastecimento de todos".

A estratégia foi definida pela Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), integrante do Comitê de Integração das Agências para a Segurança Hídrica, junto com a SP Águas. A decisão foi tomada a partir de dados apresentados no primeiro boletim do colegiado.

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"A primeira fase da GDN, implantada no dia 27 de agosto com duração de oito horas, cumpriu o resultado esperado, conforme dados do boletim interagências. A economia prevista era de 4 m³/s, e o volume alcançado foi de 4,2 m³/s", informou o governo em nota.

"A medida evitou queda maior no nível dos mananciais. No entanto, diante do cenário climático e de chuvas abaixo da média, foi preciso ampliar o período para recuperação dos reservatórios", acrescentou.

Falta de chuvas compromete nível dos reservatórios

Em agosto, a precipitação na Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos de Piracicaba/Capivari/Jundiaí (PCJ) foi de apenas 3 milímetros, abaixo da média histórica de 29 milímetros. No Alto Tietê, eram esperados 32 milímetros, mas choveu somente 11.

"Os sistemas Cantareira e Alto Tietê, que concentram cerca de 80% da capacidade do SIM, registram 30,3% e 26,1% de armazenamento, respectivamente. A média de queda na última semana foi de 0,26% ao dia", informou o governo.

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Segundo a SP Águas, o quadro exige maior monitoramento e atenção às variações climáticas que afetam o equilíbrio hídrico e a segurança do abastecimento.

"O cenário hídrico justifica a manutenção de medidas preventivas para aumentar a oferta e reduzir a captação, além da preparação para ações mais restritivas em caso de agravamento", afirmou a presidente da SP Águas, Camila Viana.

Ela destacou ainda que os moradores podem contribuir com a economia de água. "Medidas simples do dia a dia fazem muita diferença na redução do consumo", disse.

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