Brasil tem mais de mil cidades sem chuva há três meses; veja mapa

Pelo menos metade dos dias do ano foi sem chuva em algumas cidades afetadas por seca extrema, segundo dados do Cemaden

26 set 2024 - 14h23
Vista do baixo nível de água no Lago do Aleixo, um dos maiores lagos de Manaus, localizado na região do encontro das águas do Rio Negro com o Rio Solimões, neste sábado (21). O Rio Negro, principal afluente do Rio Amazonas segue em nível acelerado de vazante. Até ontem (20), o rio desceu 4,94m. O Amazonas vive grave emergência ambiental devido às queimadas e a seca dos rios. A estiagem já isola comunidades que convivem com a falta d'água.
Vista do baixo nível de água no Lago do Aleixo, um dos maiores lagos de Manaus, localizado na região do encontro das águas do Rio Negro com o Rio Solimões, neste sábado (21). O Rio Negro, principal afluente do Rio Amazonas segue em nível acelerado de vazante. Até ontem (20), o rio desceu 4,94m. O Amazonas vive grave emergência ambiental devido às queimadas e a seca dos rios. A estiagem já isola comunidades que convivem com a falta d'água.
Foto: RAPHAEL ALVES/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

Mais de mil cidades do Brasil estão sem chuva há, pelo menos, três meses, segundo dados divulgados pelo Centro Nacional de Desastres Naturais (Cemaden). O total representa 20% dos municípios do País, que são afetados por uma seca severa, que é considerada por especialistas a maior estiagem da história recente.

Os dados consideram as chuvas registradas até o dia 22 de setembro. A análise mostra a situação dos mais de 5 mil municípios brasileiros, sendo que cerca de 600 cidades sofrem com a falta de chuva há mais de quatro meses (133 dias). Já outras 1.188 localidades não sabem o que é precipitação há, pelo menos, 90 dias.

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A situação mais alarmante é em Goiás, onde em quase todos os municípios não chove há mais de 100 dias. O cenário em Minas Gerais também é de preocupação --em vários locais não choveu em mais da metade do tempo em 2024 até agora. Outros Estados que enfrentam a estiagem severa são Mato Grosso, Tocantins, Bahia e São Paulo, segundo o levantamento.

Mapa divulgado pelo Cemaden mostra Índice Integrado de Secas (IIS3) até agosto de 2024. As áreas em vermelho mostram a seca extrema. Em laranja, a seca severa, e as cores mais claras representam a seca moderada a fraca
Foto: Reprodução/Cemaden

O mapa a seguir mostra quais cidades por estado estão há mais dias sem chuvas.

O Cemaden utiliza dados de satélite, e faz uma estimativa para as cidades. Em São Paulo, a análise mostrou que não houve chuva há, pelo menos, 39 dias. No entanto, houve alguns registros de chuva em pontos isolados, durante a onda de calor. Quando a chuva é isolada ou em pouco volume, ela não é contabilizada pelo sistema.

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Seca no Brasil

Especialistas explicam que a seca extrema no Brasil tem vários fatores. Entre eles, o fenômeno El Niño, que aqueceu o Oceano Pacífico, e contribuiu para o aumento das temperaturas no país, mudando os padrões de chuva.

Outra explicação é a ação de bloqueios atmosféricos, que impediram o avanço de frentes frias pelo país, deixando a chuva abaixo da média em quase todo o território, com exceção do Rio Grande do Sul.

O aquecimento do Atlântico Tropical Norte foi outro fator de influência para a seca. O Oceano está mais quente que o normal, contribuindo para mudanças nos padrões de chuvas, deixando a seca iniciada em 2023 ainda mais longa. Atualmente, o Brasil enfrenta a maior seca da história recente, agravada pelas altas temperaturas.

Fonte: Redação Terra
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