Mito ou verdade: é perigoso tomar banho quando está trovejando ou chovendo?

Saiba o que deve ser feito durante uma tempestade para evitar acidentes e quais atividades domésticas são perigosas nestas situações

13 out 2023 - 05h00
 Brasil é um dos países com maior incidência de descargas elétricas no mundo
Brasil é um dos países com maior incidência de descargas elétricas no mundo
Foto: Getty Images

A crença popular sobre não deixar produtos elétricos na tomada e de evitar tomar banho durante uma tempestade, especialmente se houver relâmpagos, está correta. Especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) aconselham que as pessoas se afastem da água corrente durante chuvas com relâmpagos.

"O raio quando cai induz uma corrente elétrica na fiação da rede elétrica e da rede de distribuição. Essa corrente entra na sua residência, nas tomadas e no chuveiro. Então, se você está tomando banho, pode pular a faísca do chuveiro, da fiação do chuveiro, o que traz risco para a pessoa. E aí, com os pés molhados, a intensidade do choque pode matar", explica o físico Osmar Pinto Jr., do INPE.

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A recomendação não se limita apenas ao uso de chuveiros, mas também de banheiras e até mesmo a realização de tarefas como lavar louça. De acordo com Osmar, os raios têm a capacidade de percorrer as tubulações, independentemente de serem feitas de metal ou plástico, e isso pode representar um perigo de morte, queimaduras ou lesões graves para qualquer pessoa envolvida nessas atividades.

"Se a pessoa ficar em contato com a água ligada a um cano, mesmo que não tenha energia elétrica, ela pode estar em risco. Isso porque, esse cano que traz água está enterrado debaixo da terra. Então, se cair uma descarga próxima à casa, a corrente pode penetrar para dentro do solo e achar um cano. Este cano é um caminho condutor, e o raio segue pelo cano e pode chegar na tomada, na torneira da cozinha, por exemplo", alerta o físico, que é especialista em eletricidade atmosférica.

A gravidade e os tipos de ferimentos resultantes de um choque de raio podem variar, incluindo lesões na pele, queimaduras, danos cerebrais, musculares e oculares.

Em média, de 80 a 90 pessoas morrem por ano antingidas por raios no Brasil
Foto: Getty Images

Prevenção

Uma das medidas preventivas para evitar acidentes envolvendo raios é manter distância de varandas, não se aproximar de janelas e portas, além de evitar o uso de dispositivos conectados a tomadas elétricas, como computadores e telefones com fio. Isso porque a corrente elétrica pode percorrer o solo e entrar em edifícios através de janelas, fios condutores de eletricidade, entre outros.

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Já em ambientes ao ar livre a precaução deve ser redobrada. Nestas circunstâncias, permanecer debaixo de árvores, por exemplo, pode ser perigoso durante tempestades com raios e trovões.

"20 % das mortes por raios no Brasil ocorrem em pessoas dentro de casa e 80 % ao ar livre. Então dentro de casa ainda existem alguns cuidados. Quais são os cuidados? Basicamente evitar de ficar em contato com qualquer objeto ligado a rede elétrica ou a rede telefônica", diz Osmar.

O CDC recomenda que, se não houver abrigos seguros próximos, a pessoa deve adotar a "posição de bola": "mantenha os pés juntos, agache-se, encolha a cabeça e cubra os ouvidos". No entanto, o órgão enfatiza que essa deve ser uma medida de último recurso, e a prioridade é sempre procurar abrigos seguros. 

O Brasil é um dos países com maior incidência de descargas elétricas no mundo, registrando uma média de 77,8 milhões de raios por ano. Isso resulta em uma média de 80 a 90 mortes por ano causadas por raios.

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Fonte: Redação Terra
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