Estratégia ou desespero? A Red Bull não quer perder

Nas últimas provas, os taurinos têm subido o tom nas desconfianças em relação à Mercedes. Caso pensado ou é desespero?

1 dez 2021 - 08h00
Horner e Marko - ataques coordenados ou desespero
Horner e Marko - ataques coordenados ou desespero
Foto: Mark Thompson / Getty Images - Red Bull Content Pool

Uma guerra não se vence somente no campo de batalha. Várias frentes são abertas para poder se obter a vitória. Na F1, não é diferente. Quantas vezes vimos a política influenciar diretamente os resultados de pista, não é mesmo? 

Este ano, a briga entre Red Bull e Mercedes chegou a um ponto em que a troca de farpas e desconfianças entre as duas partes têm chegado a um nível de agressividade nos últimos tempos. Do lado dos taurinos, Christian Horner e Helmut Marko nunca se caracterizaram pela diplomacia e bons modos. 

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A temperatura começou a subir entre as partes no meio da temporada quando ambos trocaram acusações sobre a flexibilidade de suas asas. A Mercedes acusava a Red Bull de ter uma asa traseira que mexia demais. Já a Red Bull dizia que a asa dianteira da sua concorrente descia mais do que o permitido. A FIA decidiu reforçar os testes para todos (até porque outros times também entraram na mira) e acabou por resolver um pouco a questão.

Mas a temperatura não abaixou. Tivemos a Red Bull reclamando da manobra de Hamilton em Silverstone e da entrada de ar do motor Mercedes. Em nenhuma delas, obteve sucesso. Mas este tipo de ação acabou por enervar a Mercedes e até mesmo boa parte do público, que passou a ver os taurinos como aqueles que não sabem perder. Embora temos que considerar que o time de Toto Wolff está longe de poder requerer sua entrada em um mosteiro.

No Brasil, tivemos um novo round com a Red Bull tentando demonstrar aos comissários que as asas de seus adversários estavam fora do regulamento. A FIA localizou que a asa estava abrindo mais do que o permitido por um erro de montagem e tirou o tempo de Hamilton, o fazendo largar em último na Sprint Race. Isso acalmou Horner e Marko? Não

Entretanto, uma coisa a se considerar: a Red Bull também tinha seus problemas. Desde Austin, o time fazia reforços em suas asas traseiras, que vinham apresentando fissuras. No Qatar, o acionamento estava com problemas e levou a um alerta da FIA, que autorizou a troca de elemento. 

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Neste aspecto, podemos considerar vários pontos: a introdução do teto orçamentário, o que restringe a fabricação ( e a Red Bull teve custos grandes com reconstrução de carro); Neste campo de restrição de fabricação, temos a sequência de provas e o foco da fabricação no carro de 22. Afinal, os carros devem ir para os testes de resistência da FIA em dezembro. E ainda uma possibilidade de assumir certos riscos para ter performance e as peças estão chegando ao limite mais rápido...

A Red Bull ainda teve o afastamento de Adrian Newey por conta de um acidente de bicicleta na Croácia, que até agora não apareceram muitas informações, em um momento crítico do campeonato e o grande aumento de desempenho da Mercedes, graças ao motor. Neste ponto, a Honda tem soado muito tranquila e confiado no seu equipamento. Entretanto, uma mudança de elementos nestas duas próximas etapas não está descartada e os japoneses liberaram mais alguns cavalos.

Diante disso, cabe se perguntar se a postura adotada por Helmut Marko e Christian Horner é uma postura quase instintiva de quem está vendo a vantagem desaparecer ou é uma agressividade pensada para poder tirar a Mercedes do prumo e desviar a atenção do grande público para seus problemas. Neste momento, Hamilton parece estar em um viés de alta, embora Verstappen ainda tenha vantagem e pode sair campeão na Arábia. Nos últimos tempos, nunca a Red Bull esteve tão próxima de um título e a Honda quer encerrar esta sua participação em grande estilo. 

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