Tempestade de poeira encobre cidades em SP e MS

O fenômeno é causado por temporais com ventos fortes que, em contato com o solo muito seco, formam uma espécie de rolo compressor de sujeira

2 out 2021 - 10h17
(atualizado às 10h17)

Tempestades de poeira voltaram a encobrir cidades e assustar os moradores, na tarde desta sexta-feira, 1º, no interior de São Paulo. O fenômeno atingiu as regiões de Presidente Prudente e Araçatuba, no oeste paulista. Cidades da região nordeste de Mato Grosso do Sul também foram afetadas pelas nuvens de poeira.

Tempestade de poeira deixou rastros de estragos nas cidades
Tempestade de poeira deixou rastros de estragos nas cidades
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Desta vez, o fenômeno veio acompanhado por fortes rajadas de vento e pancadas de chuva. Até o fim da tarde, havia registro de uma vítima, ferida pela queda de uma telha. Várias cidades ainda estavam sem energia.

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A tempestade de poeira já havia atingido as regiões de Ribeirão Preto e Franca, no norte do Estado, e o sul de Minas Gerais, no último domingo. De acordo com a meteorologista Estael Sias, da MetSul Meteorologia, o fenômeno conhecido como "haboob" é causado por temporais com ventos fortes que, em contato com o solo muito seco, formam uma espécie de rolo compressor de sujeira que pode chegar a até 10 quilômetros de altura.

Foi o que aconteceu em Presidente Prudente, Andradina e Penápolis, por volta das 15 horas. A densa nuvem de poeira encobriu as áreas urbanas e atingiu a zona rural. Em Penápolis, o vento forte causou destelhamento de casas, quedas de árvores e rompimento da fiação elétrica. Segundo a prefeitura, a região central ficou sem energia, deixando o trânsito em situação de caos.

Em Presidente Prudente, a tempestade de poeira derrubou fios energizados e árvores, quebrou vidraças e arrancou placas de publicidade. Houve danos no aeroporto estadual, com a quebra de vidros no saguão de embarque e desembarque de passageiros. Na Rodovia Raposo Tavares (SP 270), um caminhão tombou após ser envolvido pela tempestade. Houve danos no Recinto de Exposições. De acordo com a Defesa Civil, o vento teve rajadas de 80 quilômetros por hora.

Em Dracena, o temporal com nuvem de poeira causou destelhamentos e danos em casas e prédios públicos. No Centro Dia do Idoso, uma funcionária ficou ferida após ser atingida por uma telha. Ela foi levada para o Pronto Atendimento Municipal. A tempestade de poeira atingiu também Regente Feijó e Teodoro Sampaio. A Energisa Sul-Sudeste informou que a rede elétrica foi atingida por quedas de árvores e lançamento de galhos, causando interrupção no fornecimento de energia.

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Em Pereira Barreto, moradores relataram susto com a chegada da tempestade de poeira encobrindo o céu. O comerciante Moacir da Silva, morador da cidade, usou o celular para filmar a chegada do temporal. Segundo ele, depois que a nuvem de pó se dissipou, começou a chover. A prefeitura registrou quedas de árvores e destelhamentos na cidade.

Conforme o climatologista Vagner Camarini, a tempestade de poeira é um fenômeno comum nesta época do ano, quando o solo está mais exposto, pelo longo período de estiagem. Segundo ele, a chegada de uma frente fria causou uma espécie de choque térmico, produzindo rajadas de vento. Normalmente, segundo explicou, o fenômeno acontece no período de transição da estação seca para a mais úmida.

Poeirão

Em Mato Grosso do Sul, tempestades de poeira foram registradas em Três Lagoas e Nova Alvorada do Sul, próximas da divisa com São Paulo, e também na capital, Campo Grande. Em Três Lagoas, os ventos chegaram a 68 quilômetros por hora, segundo a Defesa Civil estadual.

Após a passagem da nuvem com pó e detritos, caiu um temporal. Foram registrados estragos no prédio da Secretaria Municipal da Cultura e as atividades foram suspensas. Na capital, o poeirão encobriu vários bairros e obrigou os moradores a se trancarem em casa.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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