O corpo de Sther Barroso, de 22 anos, foi localizado na porta de sua casa, em Senador Camará, na madrugada de domingo (17). A jovem havia sido sequestrada durante um baile funk na comunidade da Coreia, onde sofreu tortura e agressões antes de ser morta. O episódio causou forte comoção entre moradores da região, que vivem sob domínio de facções criminosas.
Segundo relatos de familiares e testemunhas, a motivação do crime foi a recusa da jovem em acompanhar Bruno da Silva Loureiro, conhecido como "Coronel". O homem é apontado pela polícia como chefe do tráfico em áreas do Rio de Janeiro. Essa negativa teria desencadeado a violência que terminou em assassinato.
Quem é o "Coronel"?
De acordo com a família de Sther, Bruno foi o mandante da execução. O corpo apresentava sinais de extrema brutalidade, e os investigadores destacam que o suspeito responde a pelo menos 12 mandados de prisão. Entre os crimes atribuídos a ele estão organização criminosa, homicídio qualificado, associação ao tráfico, desaparecimento de vítimas e ocultação de cadáver.
Bruno é considerado o principal líder do tráfico na comunidade do Muquifo, de onde exerce influência sobre outras áreas da Zona Oeste. Em 2019, traficantes ligados ao grupo atacaram viaturas blindadas do Exército Brasileiro. O ataque, segundo a Delegacia de Repressão a Entorpecentes, teria sido planejado a pedido de "Coronel". A ação demonstrou o alcance do poder que ele exerce dentro das comunidades.
Relembre a noite do crime
Testemunhas relatam que, durante o baile, o traficante exigiu que Sther o acompanhasse. A recusa resultou em agressões violentas. O corpo da jovem foi encontrado com marcas de espancamento e o rosto desfigurado, segundo laudo preliminar. O Instituto Médico Legal confirmou que ela também sofreu abuso sexual antes de ser morta.
A população local relata que situações semelhantes ocorrem em festas controladas pelo tráfico. Moradores afirmam que mulheres são constantemente alvo de ameaças e coerção. O caso de Sther escancara a vulnerabilidade das jovens e o clima de medo imposto pelo poder paralelo nas comunidades.