Por que a Globo perdeu a hegemonia das transmissões de futebol?

Globo perdeu hegemonia do futebol na TV; descubra causas, novos concorrentes e impactos para clubes, torcedores e transmissões

31 dez 2025 - 16h03

A Globo ocupou por décadas o centro das transmissões de futebol na TV brasileira. O público se acostumou a acompanhar campeonatos nacionais e internacionais no mesmo canal. Porém, esse cenário mudou de forma visível nos últimos anos. Outros grupos de mídia e plataformas digitais avançaram. Assim, o domínio quase absoluto da emissora diminuiu.

Esse movimento não ocorreu de forma repentina. Clubes, federações e detentores de direitos passaram a buscar novas receitas. Inclusive, a audiência também se fragmentou com a internet e o streaming. Dessa forma, o modelo antigo de exclusividade perdeu força. O mercado passou a negociar com mais players e em formatos diferentes.

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Futebol – depositphotos.com / ArturVerkhovetskiy
Futebol – depositphotos.com / ArturVerkhovetskiy
Foto: Giro 10

Quais fatores econômicos explicam a perda de hegemonia da Globo nas transmissões?

A palavra-chave central desse debate é hegemonia da Globo nas transmissões de futebol. O cenário econômico do país mudou. As cotas de TV ficaram mais caras. Ao mesmo tempo, a emissora enfrentou pressão por redução de custos. Então, a direção começou a revisar contratos considerados pouco rentáveis. Algumas competições saíram da grade. Outros grupos assumiram essas propriedades.

Além disso, a negociação com clubes ganhou novas condições. Equipes de ponta passaram a exigir valores maiores. Elas também buscaram maior autonomia sobre direitos de imagem. Assim, o antigo modelo de contrato longo perdeu espaço. A Globo manteve algumas propriedades importantes. Porém, reduziu o portfólio para equilibrar as contas. Concorrentes viram oportunidade nesse recuo.

As plataformas de streaming também influenciaram. Elas ofereceram novos formatos de parceria. Clubes passaram a enxergar essas janelas como fontes adicionais. A lógica de exclusividade se enfraqueceu. Hoje, o torcedor encontra jogos em diferentes serviços pagos ou gratuitos. Esse movimento gera um ambiente mais pulverizado. A centralização em uma única emissora já não atende a todos os interesses comerciais.

Como as mudanças tecnológicas e de consumo afetaram o futebol na TV aberta?

A Globo construiu sua liderança em um período de poucos canais. O torcedor dependia da TV aberta e de alguns serviços de assinatura. Contudo, a expansão da banda larga criou novos hábitos. O público passou a consumir futebol em celulares, tablets e computadores. Além disso, as redes sociais intensificaram a cobertura em tempo real. O jogo não se limita mais ao sinal da TV.

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Com essa transformação, o conceito de transmissão de futebol ganhou novas camadas. Plataformas oferecem estatísticas, ângulos extras e interação. Parte da audiência mais jovem prefere esses recursos. A Globo também investiu em produtos digitais. Porém, o mercado se tornou mais competitivo. Hoje, o torcedor acompanha partidas em:

  • Serviços de streaming esportivo especializados;
  • Canais de clubes e ligas em plataformas digitais;
  • Aplicativos de operadoras e TVs conectadas;
  • Redes sociais com cobertura ao vivo e replays;
  • Canais por assinatura segmentados.

Esse novo ambiente reduz a dependência da TV aberta. Assim, a antiga hegemonia fica mais difícil. O torcedor distribui sua atenção por vários serviços. A emissora precisa disputar cada jogo e cada faixa de horário. A fragmentação reduz a chance de um único grupo controlar quase todo o calendário.

Qual o papel dos clubes e das ligas na mudança do domínio da Globo?

Os clubes assumiram papel central nesse processo. Eles passaram a negociar direitos de transmissão de forma mais estratégica. Em alguns casos, criaram ligas ou blocos de negociação. Dessa forma, aumentaram o poder de barganha. Assim, muitas agremiações decidiram testar modelos alternativos. Elas avaliaram propostas com participação em receitas de publicidade ou assinaturas. Assim, a Globo perdeu parte da vantagem histórica.

Em paralelo, competições internacionais seguiram linha parecida. Ligas estrangeiras fecharam acordos com serviços globais de streaming. Esses acordos incluíram pacotes digitais exclusivos. A Globo enfrentou dificuldades para competir em algumas dessas frentes. Outras empresas aceitaram riscos maiores e contratos mais agressivos. O resultado apareceu na tela: menos campeonatos sob o guarda-chuva da emissora.

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Esse reposicionamento dos clubes também influenciou o calendário. Algumas competições passaram a dividir direitos por plataforma. A TV aberta exibe um número menor de jogos. O streaming cobre uma parte maior das rodadas. A hegemonia da Globo nas transmissões cede espaço a um arranjo múltiplo. O torcedor precisa se adaptar a essa nova rota entre canais e serviços.

O que pode acontecer com as transmissões de futebol nos próximos anos?

O cenário de direitos esportivos indica continuidade da fragmentação. A tendência aponta para acordos mais curtos. Os clubes querem revisões periódicas e mais flexibilidade. As plataformas digitais devem ampliar investimentos em campeonatos nacionais e regionais. A Globo continuará relevante. Porém, tende a atuar em um ecossistema mais equilibrado.

Para o público, o desafio envolve acesso e custo. O torcedor acompanha o time em diferentes janelas. Ele precisa administrar assinaturas e pacotes. Alguns jogos continuam na TV aberta. Outros exigem serviços específicos. Portanto, esse modelo ainda passa por ajustes. Os agentes do mercado buscam equilíbrio entre receita e alcance. Nesse contexto, a antiga hegemonia se transforma em disputa constante por atenção.

Dessa forma, a perda de domínio da Globo não significa retirada completa do futebol. A emissora segue presente em competições importantes. Mas agora divide espaço com concorrentes de TV por assinatura, streaming e plataformas digitais. O futebol brasileiro entra em uma fase de maior diversidade de transmissões. O resultado combina novas possibilidades comerciais e um público mais espalhado entre diferentes telas.

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Copa do Mundo – depositphotos.com / YAY_Images
Foto: Giro 10
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