PF deflagra operação contra milicianos em Feira de Santana; parlamentar seria chefe do grupo

A operação também apura a participação de três policiais militares da Bahia, os quais integrariam o braço armado do grupo miliciano

7 dez 2023 - 08h02
(atualizado às 08h03)
Operação da PF mira grupo miliciano na Bahia
Operação da PF mira grupo miliciano na Bahia
Foto: Polícia Federal

A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira, 7, a Operação El Patron, que investiga uma organização criminosa especializada na lavagem de dinheiro do jogo do bicho, agiotagem, extorsão, receptação qualificada, entre outras infrações penais. O grupo é atuante em Feira de Santana/BA e cidades vizinhas.

Foram expedidos dez mandados de prisão preventiva, 33 mandados de busca e apreensão, bloqueio de mais de R$ 700 milhões das contas bancárias dos investigados e o sequestro de 26 propriedades urbanas e rurais, além da suspensão de atividades econômicas de seis empresas, em cumprimento à decisão do Juízo da 1º Vara Criminal de Feira de Santana/BA. Participam da operação 200 policiais federais e estaduais, além de 15 auditores fiscais e seis analistas tributários.

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A investigação teve início após recebimento de ofício encaminhado pelo Ministério Público da Bahia, relatando graves ilícitos penais na região, e levou os investigadores até um grupo miliciano.

Segundo foi apurado, o chefe da organização atualmente tem foro por prerrogativa de função. Desde 2018, o Supremo Tribunal Federal entende que parlamentares serão processados e julgados pela Justiça de primeiro grau em caso cometimento de crimes antes da diplomação do cargo e desconexo a ele.

A Receita Federal, em cumprimento à ordem judicial, produziu relatórios apontando inconsistências fiscais dos investigados, movimentação financeira incompatível, bem como propriedade de bens móveis e imóveis não declarados e indícios de lavagem de dinheiro.

A operação também apura a participação de três policiais militares da Bahia, os quais integrariam o braço armado do grupo miliciano, cujas atribuições seriam de efetuar cobranças, mediante violência e grave ameaça, de valores indevidos oriundos de jogos ilícitos e empréstimos a juros excessivos.

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A deflagração da operação contou com o apoio do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal (COT), Grupo de Pronta Intervenção da Polícia Federal (GPI), do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Estadual (GAECO) e da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil da Bahia (CORE).

A investigação continuará para apuração de eventuais outros envolvidos. Se condenados pelos crimes cometidos, os investigados se sujeitarão a penas máximas que, somadas, podem ultrapassar 50 anos de reclusão.

Fonte: Redação Terra
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