Não é sobre mim, é sobre a causa, diz Felca ao comemorar repercussão de vídeo

Youtuber que denunciou Hytalo Santos por exploração sexual de menores participou do Altas Horas, da TV Globo

16 ago 2025 - 23h08
(atualizado em 17/8/2025 às 01h00)
Felca no Alta Horas
Felca no Alta Horas
Foto: Evelyn Costa/Globo

O youtuber e humorista Felipe Bressanim Pereira --mais conhecido como Felca-- comemorou o sucesso do vídeo 'Adultização', que denunciou Hytalo Santos por exploração sexual de menores. "Não é sobre mim, é sobre a causa”, disse ele, em entrevista ao Altas Horas, da TV Globo, que ressaltou: "Se estão dando luz para essa causa, podem ter mudanças."

Segundo ele, o ponto mais importante foi o vídeo ter "chegado nas pessoas". "Me mandaram fotos, por exemplo, de pessoas assistindo ao meu vídeo na horizontal, que é uma coisa muito difícil, porque as pessoas estão consumindo muito mais na vertical. Assistindo no ônibus, no metrô", relata ele, que também destacada a importância da temática.

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"Observei esse movimento na internet de crianças produzindo conteúdos, com um público dividido entre crianças e pais, mas tinham pedófilos. Eram conteúdos inocentes, criança brincando, se divertindo, mas existiam pedófilos ‘cantando’ aquelas crianças. Você vê aquilo, vê pessoas que adultizam propositalmente essas crianças... se você não sente uma indignação, não é ser humano. Eu senti uma indignação, tinha um público e falei."

Com o caso, o paranaense viu suas redes sociais explodirem nos últimos dias. "Tinha em todas as redes, talvez, 15 milhões a 20 milhões. Na rede social principal, eram 8,8 milhões. Hoje, só na rede principal, [tenho] 15,5 milhões. Em cinco dias, foram mais de sete milhões e crescendo", afirma ele. 

Mas, junto com a exposição, também vieram as ameaças. "Algumas ameaças, algumas críticas, movimentos de difamação, de tentar descredibilizar. Eu e meus amigos sabíamos o que estávamos fazendo, que era grande, tudo era esperado. Pedófilos se sentiram atacados pessoalmente. Mas, sinceramente, quem tem que ter medo são eles, não uma pessoa que está denunciando, quem tem que ter medo são os pedófilos."

Felca ressalta não ser o único a ter voz e incentiva que erros sejam sempre denunciados. "É um convite para as pessoas entenderem que têm voz, existe um poder nas pessoas. Você ver algo que tá errado e falar, denunciar na sua simplicidade, as pessoas ouvem, existe bondade no mundo", pontuou ele, que recordou ter gravado o vídeo que já acumula mais de 43 milhões de visualizações da simplicidade do seu quarto. 

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Para ele, criança não tem que produzir conteúdo na internet. "A exposição não é algo fácil de lidar, vem com críticas, às vezes, com um assédio e criança não está preparada para receber qualquer tipo dessas coisas. Internet é um ambiente para adultos", afirma o youtuber, que também cita cuidados na liberação do acesso. 

"O consumo, na minha opinião, tem que ser supervisionado porque é muito fácil sair de uma animação para um conteúdo não apropriado. Você, enquanto pai, supervisionar o seu filho, pode consumir de forma moderada. Mas se você não consegue ser um pai presente, trabalha muito, na minha opinião, é bloqueio."

Hytalo Santos e marido estão presos

Após a repercussão de um vídeo publicado pelo youtuber Felca sobre "adultização", o Ministério Público da Paraíba (MPPB) e do Ministério Público do Trabalho (MPT) deram início a uma investigação contra o influenciador Hytalo Santos e o marido, Israel Vicente, por explorar e sexualizar crianças e adolescentes para produzir conteúdos na internet. Os dois foram presos na última sexta-feira, 15, em uma casa em Carapicuíba, na Grande São Paulo.

Segundo o juiz Antônio Rudimacy Firmino de Sousa, que autorizou a prisão preventiva do casal, Hytalo e Israel tentaram "destruir e ocultar provas fundamentais às investigações". A prisão dos investigados apresenta-se, portanto, como medida imprescindível para a preservação da instrução processual, protegendo as provas e as testemunhas de novas investidas ilícitas", diz trecho do documento judicial. 

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Na decisão da prisão, o juiz reitera que as provas apuradas até aqui pela polícia dão "fortes indícios de autoria e materialidade dos crimes de tráfico de pessoas, exploração sexual, e trabalho infantil artístico irregular - produção de vídeos com divulgação em redes sociais, constrangimento de crianças e adolescentes". 

Fonte: Redação Terra
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