Autor do vídeo 'Adultização', que denunciou Hytalo Santos por exploração sexual de menores, o youtuber e humorista Felipe Bressanim Pereira --mais conhecido como Felca-- revelou ter sido impedido pelos pais de dar início a sua carreira na internet aos 12 anos.
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“Com 12 anos de idade eu comecei a produzir conteúdo, mas naquela época eu era muito criança, não sabia muito como as coisas funcionavam. Naquele momento, contei para os meus pais, que falaram: muito bacana, apoio, mas ainda é muito cedo”, disse ele, em entrevista ao Alta Horas, da TV Globo.
Os pais o aconselharam a amadurecer mais antes de dar sequência àquele desejo. "Com a cabeça de criança e pré-adolescente, eu não entendi. Fiquei meio revoltado. Mas, hoje, eu entendo e até agradeço."
Aos 26 anos, o paranaense viu suas redes sociais explodirem nos últimos dias. "Tinha em todas as redes, talvez, 15 milhões a 20 milhões. Na rede social principal, 8,8 milhões. Hoje, só na rede principal, [tenho] 15,5 milhões. Em cinco dias, foram mais de sete milhões e crescendo", afirma ele, que diz ter publicado o primeiro vídeo em seu canal oficial em 2019.
O objetivo, segundo ele, é criar vídeos de humor, com tom crítico. Ficou famoso ao fazer lives de reacts, vídeos em que reagia a produtos, vídeos ou programas de outras pessoas. Um dos virais mais expressivos foi o teste da base da marca da influenciadora Virginia Fonseca. Também se tornou um grande crítico da CPI das Bets, bem como dos influenciadores que divulgam jogos de apostas.
Hytalo Santos e marido estão presos
Após a repercussão de um vídeo publicado pelo youtuber Felca sobre "adultização", o Ministério Público da Paraíba (MPPB) e do Ministério Público do Trabalho (MPT) deram início a uma investigação contra o influenciador Hytalo Santos e o marido, Israel Vicente, por explorar e sexualizar crianças e adolescentes para produzir conteúdos na internet. Os dois foram presos na última sexta-feira, 15, em uma casa em Carapicuíba, na Grande São Paulo.
Segundo o juiz Antônio Rudimacy Firmino de Sousa, que autorizou a prisão preventiva do casal, Hytalo e Israel tentaram "destruir e ocultar provas fundamentais às investigações". A prisão dos investigados apresenta-se, portanto, como medida imprescindível para a preservação da instrução processual, protegendo as provas e as testemunhas de novas investidas ilícitas", diz trecho do documento judicial.
Na decisão da prisão, o juiz reitera que as provas apuradas até aqui pela polícia dão "fortes indícios de autoria e materialidade dos crimes de tráfico de pessoas, exploração sexual, e trabalho infantil artístico irregular - produção de vídeos com divulgação em redes sociais, constrangimento de crianças e adolescentes".