UE ainda não mostrou solidariedade, diz chanceler italiano

Luigi Di Maio afirmou que o bloco tem desafio sem precedentes

13 abr 2020 - 13h13
(atualizado às 13h24)

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, afirmou nesta segunda-feira (13) que a União Europeia ainda não demonstrou "solidariedade suficiente" na pandemia do novo coronavírus.

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A declaração está em uma carta publicada no jornal britânico Financial Times, em meio às intrincadas negociações sobre os instrumentos financeiros que a UE usará para socorrer Estados-membros em dificuldade.

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"Em uma das piores crises de todos os tempos, na qual ninguém tem culpa, devemos dizer a verdade: a Europa, até agora, não soube mostrar solidariedade suficiente. Não soube fazer jogo de equipe. Aliás, não quis. Surgiram egoísmos e personalismos, inclusive com confrontos entre jornais de diversos países. Um espetáculo objetivamente triste, que deve fazer os italianos e cada cidadão europeu refletirem", disse.

A Itália e outros países do sul da Europa, como Portugal e Grécia, defendem a criação de títulos de dívida comum para a zona do euro, os chamados "eurobonds" ou "coronabonds", de forma a conseguir financiamento mais barato em um momento de crise.

As nações do norte, principalmente Países Baixos e Alemanha, rechaçam a ideia e defendem que os Estados-membros mais necessitados peguem empréstimos de um fundo europeu criado para situações emergenciais.

Até mesmo o papa Francisco, em sua bênção de Páscoa, disse que a União Europeia precisa dar "novas provas de solidariedade, inclusive recorrendo a soluções alternativas". "Não podemos perder a oportunidade de mudar a história. Devemos isso a nossos filhos, às futuras gerações. Devemos isso aos valores da democracia e da liberdade que sempre defendemos e que, espero, continuaremos a defender", acrescentou Di Maio.

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Segundo o chanceler, a pandemia é um "desafio crucial" para o futuro da UE e que "marcará" sua história.

  
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