Trump critica Cohen e elogia Manafort após derrotas judiciais

22 ago 2018 - 13h07

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma série de publicações no Twitter sobre impressionantes reveses legais enfrentados por dois de seus ex-aliados, atacou nesta quarta-feira aquele que se voltou contra ele e defendeu o que permaneceu leal.

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante comício em Charleston 21/08/2018  REUTERS/Leah Millis
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante comício em Charleston 21/08/2018 REUTERS/Leah Millis
Foto: Reuters

Trump criticou seu ex-advogado Michael Cohen dizendo que as violações de financiamento de campanha pelas quais Cohen se declarou culpado na terça-feira "não são crimes", embora procuradores e o próprio Cohen tenham concordado que são. Trump fez a alegação sem fornecer qualquer evidência.

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Em outro tuíte, Trump disse: "Se alguém estiver procurando um bom advogado, sugiro enfaticamente que não contrate os serviços de Michael Cohen".

Cohen se declarou culpado de oito acusações de sonegação fiscal, fraude bancária e violações de financiamento de campanha, dizendo que agiu sob orientação de Trump.

Em entrevistas televisionadas, o advogado de Cohen, Lanny Davis, disse que Cohen não aceitaria um perdão presidencial se Trump oferecesse, porque não quer ter nenhuma ligação com o que vê como um abuso presidencial do poder de clemência por Trump.

"Ele não quer nada de Donald Trump", disse Davis à rede MSNBC.

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Davis também disse que Cohen tem informações que interessariam ao procurador especial Robert Mueller, que está investigando a campanha presidencial norte-americana de 2016, e informou que um site foi criado para coletar doações para cobrir os gastos legais de Cohen.

Cohen, que uma vez afirmou que era tão leal que "levaria um tiro" por Trump, disse a um tribunal federal de Manhattan que Trump o instruiu a planejar pagamentos antes da eleição presidencial de 2016 para silenciar duas mulheres que disseram ter tido um caso com Trump.

Sua confissão coincidiu com a condenação de Paul Manafort, ex-gerente de campanha de Trump, por oito acusações em um julgamento sobre fraude financeira derivado de uma investigação federal sobre a interferência da Rússia na eleição presidencial de 2016 e uma possível coordenação com a campanha de Trump.

A investigação de Mueller tem conturbado o mandato de Trump por mais de um ano.

Em publicação no Twitter, Trump disse: "Me sinto muito mal por Paul Manafort e sua maravilhosa família. A 'Justiça' pegou um caso fiscal de 12 anos, entre outras coisas, colocou tremenda pressão sobre ele e, diferente de Michael Cohen, ele se recusou a 'falar' --inventar histórias para conseguir um 'acordo'. Muito respeito por um homem corajoso."

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Os julgamentos de Cohen e Manafort aumentaram a pressão política contra Trump e seus aliados republicanos antes das eleições de novembro, na qual democratas querem recuperar o controle do Congresso.

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