'Só quero que essa dor acabe': sobrevivente do 7 de outubro se suicida após perder companheira e melhor amigo

O suicídio de Roei Shalev, sobrevivente do ataque ao festival de música Nova, em 7 de outubro de 2023, provocou uma onda de comoção em Israel neste sábado (11). Shalev havia perdido a companheira, Mapal Adam, e o melhor amigo, Hili Solomon, assassinados diante de seus olhos durante o ataque do Hamas. Seu corpo foi encontrado carbonizado dentro de um carro incendiado ao norte de Tel Aviv, na noite de sexta-feira (10), poucas horas após o início de um novo cessar-fogo entre Israel e o grupo palestino.

11 out 2025 - 15h06

O suicídio de Roei Shalev, sobrevivente do ataque ao festival de música Nova, em 7 de outubro de 2023, provocou uma onda de comoção em Israel neste sábado (11). Shalev havia perdido a companheira, Mapal Adam, e o melhor amigo, Hili Solomon, assassinados diante de seus olhos durante o ataque do Hamas. Seu corpo foi encontrado carbonizado dentro de um carro incendiado ao norte de Tel Aviv, na noite de sexta-feira (10), poucas horas após o início de um novo cessar-fogo entre Israel e o grupo palestino.

Mulher acende uma vela no local do festival Nova, onde participantes foram mortos e sequestrados, durante a homenagem no segundo aniversário do ataque de 7 de outubro de 2023, realizado pelo Hamas contra Israel a partir da Faixa de Gaza. A cerimônia ocorreu em Reim, no sul de Israel, em 7 de outubro de 2025. Imagem ilustrativa.
Mulher acende uma vela no local do festival Nova, onde participantes foram mortos e sequestrados, durante a homenagem no segundo aniversário do ataque de 7 de outubro de 2023, realizado pelo Hamas contra Israel a partir da Faixa de Gaza. A cerimônia ocorreu em Reim, no sul de Israel, em 7 de outubro de 2025. Imagem ilustrativa.
Foto: © Itay Cohen / Reuters / RFI

A morte de Shalev, sobrevivente do massacre no festival de música Nova, em 7 de outubro de 2023, provocou forte comoção em Israel. Ele havia perdido a companheira, Mapal Adam, e o melhor amigo, Hili Solomon, assassinados diante de seus olhos durante o ataque do Hamas. Os três tentavam se esconder sob carros quando o local foi invadido por combatentes vindos da Faixa de Gaza. Roei sobreviveu, ferido. Mapal e Hili não resistiram.

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"Não aguento mais essa dor, estou queimando por dentro [...] Só quero que essa dor acabe", escreveu Roei Shalev em seu perfil no Instagram, poucas horas antes de tirar a própria vida.

Durante o ataque, Roei, Mapal e Hili tentaram se esconder sob carros, mas apenas ele sobreviveu, ferido. Duas semanas depois, sua mãe também cometeu suicídio, devastada pela morte da nora e pelo sofrimento do filho.

O corpo de Roei Shalev foi encontrado carbonizado dentro de um carro incendiado ao norte de Tel Aviv, na noite de sexta-feira (10), poucas horas após o início de um novo cessar-fogo entre Israel e o Hamas. A tragédia pessoal de Roei se soma ao trauma coletivo deixado pelo ataque de 7 de outubro, que matou 1.219 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo dados oficiais.

A comoção foi amplificada por lideranças políticas da oposição, que, ao contrário da maioria dos membros da coalizão governista, continuaram ativos nas redes sociais durante o shabat. Muitos prestaram homenagens a Roei e cobraram do governo uma resposta mais efetiva para o cuidado com os sobreviventes do massacre.

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Assistência psicológica aos sobreviventes

A notícia da morte de Roei reacendeu o debate sobre a assistência psicológica oferecida aos sobreviventes do 7 de outubro. Políticos da oposição, que mantêm atividade nas redes sociais mesmo durante o shabat, prestaram homenagens e cobraram ações concretas do governo.

"Está na hora de o Estado de Israel tratar quem sofre de transtornos mentais como heróis — e não como estatísticas", escreveu Avigdor Lieberman, líder do partido Israel Beiteinu. Já Yaïr Golan, do partido de esquerda "Os Democratas", afirmou: "Roei não suportou a dor, mas outros ainda estão aqui, lutando para viver. Precisamos oferecer toda a ajuda possível para que não se sintam sozinhos."

O caso de Roei expõe as feridas abertas que persistem entre os sobreviventes do ataque e suas famílias. Em meio a uma guerra que se estende por dois anos, a dor emocional e os traumas psicológicos se acumulam, exigindo respostas urgentes que vão além do campo militar.

Com AFP

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