Salvini quer impor toque de recolher a 'lojas étnicas'

Senadora de oposição comparou medida a perseguição contra judeus

11 out 2018 - 15h50

O ministro do Interior e vice-premier da Itália, Matteo Salvini, afirmou nesta quinta-feira (11) que apresentará uma proposta para impor uma espécie de toque de recolher para "lojas étnicas".

Matteo Salvini durante audiência no Parlamento da Itália
Matteo Salvini durante audiência no Parlamento da Itália
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

O secretário da Liga não especificou quais serão os alvos de sua medida, mas os negócios "étnicos" são aqueles que vendem produtos típicos de outros países, bastante comuns entre as comunidades de imigrantes que vivem na Itália.

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"No Decreto de Segurança haverá uma emenda que prevê o fechamento até as 21h dos negócios étnicos, que são locais de reunião de traficantes e de gente que faz bagunça", afirmou Salvini no Facebook.

Segundo ele, não é uma ação contra as "lojas estrangeiras", mas sim para limitar abusos de "certos negócios". A Confederação Italiana das Atividades Comerciais, Turísticas e de Serviços (Confesercenti) criticou a medida.

"Não se pode fazer uma norma que discrimina determinados empreendedores em relação a outros. Quem tem uma atividade comercial tem direitos e deveres: o dever de respeitar as regras e o direito de ficar aberto", afirmou o secretário-geral da entidade, Mauro Bussoni.

Já a senadora de oposição Monica Cirinnà (PD) comparou a proposta às perseguições contra judeus pelo nazifascismo. "Os comércios serão marcados com base na etnia de seus proprietários. Quando Salvini ordenará a colocação de estrelas amarelas nas vitrines? Tudo isso tem um nome: fascismo", atacou.

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Salvini é hoje a figura mais popular do governo italiano e seu principal rosto no exterior, apesar de não ocupar o cargo de primeiro-ministro e de seu partido, a Liga, ser o "sócio minoritário" na aliança com o Movimento 5 Estrelas (M5S).

  
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