Parlamento britânico irá votar adiamento do Brexit; premiê May tenta salvar acordo

14 mar 2019 - 08h05

O Parlamento do Reino Unido deve votar nesta quinta-feira sobre a possibilidade de adiar o Brexit para além de 29 de março, e a primeira-ministra, Theresa May, está preparada para pressionar os parlamentares a votarem novamente o acordo de separação fechado por ela com a UE, o qual já rejeitaram duas vezes.

Vista geral do plenário do Parlamento Britânico após votação referente ao Brexit
13/03/2019
Reuters TV via REUTERS
Vista geral do plenário do Parlamento Britânico após votação referente ao Brexit 13/03/2019 Reuters TV via REUTERS
Foto: Reuters

O ponto-chave do plano de May será uma tentativa de persuadir os parlamentares mais favoráveis ao Brexit a reverterem o voto da oposição alegando que um possível adiamento pode significar que o Reino Unido termine com uma relação com a UE mais próxima do que o plano de May prevê. Caso contrário, o Brexit pode ser derrubado em um segundo referendo.

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Arlene Foster, líder do Partido Unionista Democrático da Irlanda do Norte (DUP), que apoia o governo minoritário de May no Parlamento, mas que até agora votou contra o acordo de May, disse que está trabalhando com o governo para tentar encontrar um modo de sair da UE com um acordo.

Na quarta-feira, o Parlamento rejeitou a perspectiva de deixar a União Europeia sem um acordo, abrindo caminho para uma votação nesta quinta-feira que poderia adiar o Brexit até, pelo menos, o final de junho.

A libra esterlina subiu, com os investidores vendo menos chances de o Reino Unido deixar a UE sem um acordo de transição para facilitar sua saída.

O ministro das Finanças britânico, Philip Hammond, disse que Bruxelas pode insistir em um longo adiamento para o Brexit se o governo do Reino Unido solicitar uma extensão do processo.

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"Isso não está sob nosso controle e a União Europeia está sinalizando que somente se tivermos um acordo será provável que ela esteja disposta a conceder uma curta extensão técnica para aprovar a legislação", disse Hammond à Sky News.

"Se não tivermos um acordo, e se ainda estivermos discutindo entre nós qual é o caminho certo a seguir, é bem possível que a UE insista em um período significativamente mais longo", disse.

Andrew Bridgen, parlamentar eurocético do Partido Conservador, de May, acusou a premiê de buscar uma política de "terra arrasada", destruindo todas as outras opções do Brexit para deixar os parlamentares com uma escolha entre seu acordo ou um atraso de um ano ou mais.

Uma autoridade do Partido Trabalhista, a oposição britânica, disse que apoiaria uma extensão limitada de data para além de 29 de março, a fim de buscar um acordo que possa ser apoiado por parlamentares.

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"Vamos colocar uma emenda para garantir que o Parlamento considere uma prorrogação, não precisa necessariamente ser uma extensão longa", disse John McDonnell, porta-voz trabalhista, à Sky News. "Iremos com uma extensão limitada hoje."

Os parlamentares apresentaram emendas à moção do governo sobre o adiamento do Brexit, que devem ser colocadas em votação nesta quinta-feira.

Uma alteração visa excluir um segundo referendo, enquanto outra é para confirmá-lo. Uma emenda do Partido Trabalhista pede uma prorrogação ao Brexit para permitir que o Parlamento encontre um caminho alternativo.

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