Papa recorda assassinatos de padres no Peru e pede 'Igreja unida'

Guerrilheiros mataram italiano e poloneses por 'ódio a fé'

6 dez 2025 - 10h09
(atualizado às 10h30)

O papa Leão XIV definiu neste sábado (6) os assassinatos do padre italiano Alessandro Nordi e dos sacerdotes poloneses beatificados há dez anos, Michal Tomaszek e Zbigniew Strzalkowski, ocorridos em Chimbote, no Peru, em 1991, como "um convite à unidade e à missão da Igreja universal".

Leão XIV citou missionários mortos em Chimbote em 1991 em mensagem
Leão XIV citou missionários mortos em Chimbote em 1991 em mensagem
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

"Suas vidas, assim como seus martírios, podem ser hoje um chamado à unidade e à missão da Igreja universal. Em um tempo marcado por sensibilidades divergentes, no qual facilmente caímos em dicotomias ou dialéticas estéreis, os beatos de Chimbote nos lembram que o Senhor é capaz de unir o que nossa lógica humana tende a separar", escreveu o pontífice em uma mensagem dedicada a recordar os homicídios dos três missionários no Peru por "ódio a fé" há quase 25 anos.

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Robert Prevost, que também cumpriu missão no mesmo país sul-americano, lembrou que Nordi, Tomaszek e Strzalkowski, apesar de "suas origens e estilos diversos", tinham apenas "um Senhor, uma só fé e um só batismo".

"Hoje, diante dos desafios pastorais e culturais que a Igreja enfrenta, a memória deles exige de nós um passo decisivo: retornar a Jesus Cristo como medida das nossas escolhas, palavras e prioridades", disse o Papa, acrescentando que o dia do aniversário de uma década da beatificação dos sacerdotes poloneses "seja para a igreja em Chimbote uma oportunidade de renovar sua prontidão para o apostolado".

"Exorto as comunidades que acolheram esses mártires a continuarem hoje a missão pela qual eles deram suas vidas, preservando a fé em meio às dificuldades, servindo humildemente os mais vulneráveis e mantendo viva a esperança mesmo quando a realidade se torna árdua", concluiu o líder católico.

Durante missão no Peru em 1991, Nordi, Tomaszek e Strzalkowski foram mortos por guerrilheiros por ódio à fé católica, depois de decidirem continuar seu trabalho em comunidades locais.

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Os dois padres poloneses foram assassinados em 9 de agosto, após a missa celebrada na igreja paroquial de Pariacoto. Um comando da organização terrorista "Sendero Luminoso" invadiu o local, sequestrou-os e, após interrogatório, matou-os no pequeno vilarejo de Pueblo Viejo.

Pelas mãos dos mesmos guerrilheiros, após uma série de ameaças, na noite de 25 de agosto, o italiano Dordi foi assassinado. Ele foi vítima de uma emboscada quando retornava à casa paroquial, tendo sido baleado perto da cidade de Rinconada.

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