Bombardeios israelenses deixam mais de 120 mortos em Gaza

Estopim da recente escalada da violência foi o sequestro e morte de três adolescentes israelenses como vingança pela morte de um jovem palestino

12 jul 2014 - 15h53
(atualizado às 17h41)
<p>Pelo menos 900 pessoas ficaram feridas por conta dos confrontos</p>
Pelo menos 900 pessoas ficaram feridas por conta dos confrontos
Foto: AP

Após o quinto dia dos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, não se vislumbra um fim para o derramamento de sangue na região. De acordo com informações de equipes de resgate palestinas, até agora, 121 pessoas morreram e 900 ficaram feridas, inclusive muitos civis.

Na manhã deste sábado, ao menos 16 palestinos foram mortos em ataques na Faixa de Gaza. Segundo dados palestinos, os bombardeios da Força Aérea israelense atingiram, entre outros, a sede de uma organização humanitária para pessoas com deficiência, provocando duas mortes, como também uma mesquita.

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Segundo relatos da mídia, o ministro da Defesa israelense, Moshe Yalon, declarou que seu país está pronto para dar prosseguimento a "longos dias de luta". Devido ao constante lançamento de foguetes desde a Faixa de Gaza, diversos israelenses ficaram feridos nesta sexta-feira, mas ninguém morreu. Pela primeira vez, desde o início dos conflitos, um foguete lançado a partir do Líbano atingiu o norte de Israel, todavia sem provocar danos.

Rejeições a cessar-fogo

Desde a madrugada da última terça-feira, Israel vem bombardeando posições do grupo radical islâmico Hamas e de suas milícias na Faixa de Gaza. O estopim da recente escalada da violência foi o sequestro e morte de três adolescentes israelenses como vingança pela morte de um jovem palestino.

Os EUA apelaram a ambas partes para dar um fim às ações de luta. "Quanto mais rápido chegarmos a um cessar-fogo, melhor será para ambos os lados", disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, nesta sexta-feira em Washington.

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Na sexta-feira, no entanto, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu rejeitou os apelos dos EUA, União Europeia, Organização das Nações Unidas (ONU) e Liga Árabe com vista a um cessar-fogo. "Nenhuma pressão internacional vai impedir Israel de combater os terroristas", disse Netanyahu a jornalistas. Atualmente, o Exército israelense mobilizou 33 mil reservistas para uma possível ofensiva terrestre.

O Hamas também rejeitou categoricamente, até agora, negociações sobre um possível cessar-fogo. Desde terça-feira, o grupo e outras organizações lançaram mais de 525 morteiros e foguetes em alvos israelenses. De acordo com uma porta-voz militar, desse total, a Força Aérea israelense conseguiu interceptar por volta de 140.

Foguete em Hebron

Um foguete disparado por milícias palestinas a partir de Gaza impactou pela primeira vez neste sábado na cidade palestina de Hebron, ao sul da Cisjordânia, enquanto outros dois alcançaram a área cisjordaniana de Belém, próxima a Jerusalém.

As sirenes deram o alarme em Jerusalém e os dois impactos foram escutados na cidade. Nenhum dos casos registrou danos ou vítimas, segundo o exército israelense. Trata-se da primeira vez que um foguete lançado pelas milícias palestinas desde Gaza entra dessa forma no território da Cisjordânia, com o paradoxo que poderia causar danos a outros palestinos que moram nesse território ocupado por Israel.

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Liga Árabe e Tony Blair

Após reuniões sem resultados do Conselho de Segurança da ONU, o Kuwait, que exerce a presidência rotativa da Liga Árabe, solicitou na sexta-feira a convocação urgente dos ministros do Exterior da organização para discutir "o agravamento da situação" na Faixa de Gaza, disse o representante kuaitiano na Liga Árabe, Aziz Rahim Al-Daihani.

A reunião dos ministros árabes deverá ocorrer na próxima segunda-feira, afirmou um dirigente da organização à agência de notícias AFP. Enquanto isso, o enviado especial do chamado Quarteto do Oriente Médio, Tony Blair, viajou ao Egito para conversas políticas.

De acordo com fontes da área de segurança, o ex-premiê britânico chegou ao Cairo neste sábado. Segundo o portal de notícias Al Ahram, Blair deverá se encontrar na capital egípcia com diversos representantes governamentais para discutir a situação na Faixa de Gaza.

O Quarteto para o Oriente Médio é composto pelos EUA, União Europeia, ONU e Rússia. Desde 2002, o Quarteto se esforça em encontrar uma solução para o conflito entre israelenses e palestinos.

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