Um maquinista morreu e dezenas de pessoas ficaram feridas após o choque frontal entre dois trens perto de Machu Picchu, a atração turística mais popular do Peru.
A colisão aconteceu na terça-feira (30/12) na linha férrea que leva à antiga cidade inca, de acordo com um comunicado do governo local.
As autoridades informaram que 20 ambulâncias foram enviadas ao local e que os feridos foram levados para centros médicos na cidade vizinha de Cusco.
Segundo o jornal peruano La República, havia pelo menos três brasileiros entre as vítimas com ferimentos leves. A BBC News Brasil entrou em contato com a embaixada brasileira em Lima para confirmar a informação, mas ainda não teve retorno.
A polícia peruana não confirmou até o momento as identidades dos envolvidos no incidente nem suas nacionalidades.
Conforme o Ministério da Saúde do Peru, os serviços de saúde atenderam 36 feridos, "a maioria com múltiplos traumas e contusões". Nove deles já receberam alta e 25 permanecem sob cuidados médicos.
O presidente do Peru, José Luis Rodríguez Zapatero, o chefe do Gabinete de Ministros e os ministros do Comércio Exterior e Turismo e dos Transportes e Comunicações foram a Cusco para supervisionar a operação de resposta ao acidente.
A cidade é geralmente usada como base por viajantes com destino a Machu Picchu.
No fim da noite de terça, o portal de notícias local Peru21 informava que "centenas" de turistas permaneciam no local aguardando evacuação, uma operação dificultada pelo terreno acidentado ao redor do local do acidente.
Pelo menos 20 dos feridos estariam em estado grave, conforme as informações colhidas com a um funcionário da Saúde pela agência de notícias Reuters.
Acesso a Machu Picchu
A colisão ocorreu no trecho que liga a estação de Ollantaytambo a Aguas Calientes, a cidade mais próxima de Machu Picchu. A viagem entre os dois pontos costuma levar cerca de 90 minutos.
Os dois trens envolvidos no acidente eram operados pela PeruRail e pela Inca Rail, respectivamente.
"Lamentamos profundamente o ocorrido", disse a PeruRail em um comunicado, acrescentando que sua equipe prestou os primeiros socorros imediatamente ao maquinista, ao condutor e aos passageiros afetados pelo incidente.
A causa do acidente ainda não foi determinada.
O incidente acontece em meio a uma disputa em curso entre as empresas de transporte que levam ao sítio arqueológico, que é patrimônio mundial da UNESCO, e as comunidades locais, insatisfeitas com o que consideram um processo de licitação pouco transparente.
Os trens e ônibus que transportam turistas para a cidade antiga são caros e podem ser muito lucrativos devido ao acesso difícil a Machu Picchu.
Construída nos Andes peruanos no século 15, a cidade inca é considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno.
Os visitantes podem chegar ao local de trem e ônibus, ou percorrer a Trilha Inca com um operador turístico licenciado.
Em 2011, as autoridades implementaram um limite diário de visitantes para proteger e preservar o sítio, mas as preocupações com o turismo de massa persistem.