Mianmar já protege rohingyas, diz partido governista após decisão de corte mundial

24 jan 2020 - 10h05

Mianmar tem adotado medidas para proteger os muçulmanos rohingyas, disse nesta sexta-feira um porta-voz do partido no poder, minimizando uma determinação da Corte Internacional de Justiça no dia anterior para que o país impeça atos genocidas contra a minoria étnica.

Refugiados rohingyas participam de orações em campo de  Cox’s Bazar, em Bangladesh
25/08/2019
REUTERS/Rafiqur Rahman
Refugiados rohingyas participam de orações em campo de Cox’s Bazar, em Bangladesh 25/08/2019 REUTERS/Rafiqur Rahman
Foto: Reuters

O tribunal de Haia ordenou que Mianmar proteja os perseguidos rohingyas de mais atrocidades e preserve evidências de supostos crimes, depois que Gâmbia, de maioria muçulmana, abriu um processo em novembro acusando Mianmar de genocídio.

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"O governo já está cumprindo a maioria das ordens", disse Myo Nyunt, porta-voz da Liga Nacional pela Democracia, à Reuters, por telefone, sem dar detalhes.

"Mais uma coisa que precisamos fazer é enviar relatórios", afirmou ele, referindo-se a uma das várias medidas aprovadas pelo tribunal, exigindo que Mianmar escreva resumos regulares de seu progresso.

Mas ele disse que o governo civil, que comanda o país em conjunto com os militares em um embaraço constitucional que garante grandes poderes para o comandante em chefe, não pode controlar as tropas.

"Nas atuais circunstâncias políticas, temos dificuldades em resolver algumas questões - como a ordem em que o governo deve garantir que seus militares ou insurgentes armados não cometam genocídio ou tentem cometer genocídio contra rohingya ou bengali", declarou ele.

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Mais de 730.000 rohingyas fugiram do Estado de Rakhine, oeste do país, para Bangladesh em 2017, para escapar de uma repressão liderada por militares que a ONU disse ter sido executada com intenção genocida. Mianmar alega que a campanha militar foi uma operação legítima de contra-insurgência lançada em resposta a ataques militantes contra forças de segurança.

Cerca de 600.000 rohingyas permanecem dentro de Mianmar, confinados em condições semelhantes ao apartheid em campos e aldeias, incapazes de acessar livremente a saúde e a educação.

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