Jornalistas de Mianmar são detidos depois de se entregarem à polícia

10 out 2018 - 11h28

Três jornalistas veteranos do maior jornal privado de Mianmar foram mantidos sob custódia depois de se entregarem à polícia nesta quarta-feira, e são acusados de causar "medo ou alarme" na esteira de uma queixa do governo regional de Yangon.

Phyo Wai Win, repórter da Eleven Media após ser detido em tribunal de Tamwe, Mianmar, 10/10/2018 REUTERS/Ann Wang
Phyo Wai Win, repórter da Eleven Media após ser detido em tribunal de Tamwe, Mianmar, 10/10/2018 REUTERS/Ann Wang
Foto: Reuters

Um deles, Kyaw Zaw Linn, editor-chefe do Eleven Media Group, havia dito à Reuters mais cedo que a polícia fez uma busca na sede do jornal perto das 19h (horário local) de terça-feira, mas que ele e outros dois jornalistas procurados pelas autoridades não estavam no local.

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"A redação me informou que eles vieram por causa de um artigo no jornal", disse ele pouco depois de chegar à delegacia do município de Tamwe, no centro de Yangon, com advogados na manhã desta quarta-feira.

Horas depois os três jornalistas foram levados algemados a um tribunal de Tamwe, e de lá foram encaminhados à prisão de Insein, no norte de Yangon, onde permanecerão sob custódia até 17 de outubro.

O advogado de defesa Kyi Myint disse aos repórteres diante da corte que o governo regional de Yangon apresentou uma queixa por causa de um artigo do principal repórter do jornal, Phyo Wai Win. Publicado na segunda-feira, o artigo tem citações de parlamentares regionais que questionaram os gastos públicos, inclusive uma reforma nos transportes do polo comercial do país.

O governo regional de Yangon é comandado pelo ministro-chefe Phyo Min Thein, protegido da líder civil de Mianmar, Aung San Suu Kyi, e membro de seu partido, a Liga Nacional pela Democracia.

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O assistente do ministro-chefe, Maung Maung Kyi, não quis comentar a queixa do governo regional, encaminhando todas as perguntas a um departamento de informação que a Reuters não conseguiu contatar nesta quarta-feira. O porta-voz do governo nacional, Zaw Htay, não respondeu a uma ligação pedindo comentários.

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