Guarda Costeira dos EUA aguarda reforços para apreender petroleiro ligado à Venezuela, dizem fontes

24 dez 2025 - 14h45

A Guarda Costeira dos Estados Unidos está aguardando a chegada de reforços antes de tentar abordar e apreender um petroleiro ligado à Venezuela, que vem sendo perseguido desde domingo, disseram à Reuters um ‌oficial norte-americano e uma fonte familiarizada com o assunto.

O navio, identificado por grupos marítimos como Bella 1, recusou-se a ser ‌abordado pela Guarda Costeira. Isso significa que a tarefa provavelmente caberá a uma das duas únicas equipes de especialistas -- conhecidas como Equipes de Resposta de Segurança Marítima -- que podem abordar embarcações nessas circunstâncias, inclusive por meio de rapel a partir de helicópteros.

Publicidade

A perseguição, que já dura dias, evidencia a discrepância entre o desejo do governo Trump de apreender ‍petroleiros sujeitos a sanções perto da Venezuela e os recursos limitados da agência que está executando as operações, a Guarda Costeira.

Diferentemente da Marinha dos EUA, a Guarda Costeira pode realizar ações de aplicação da lei, incluindo a apreensão de embarcações sujeitas a sanções dos EUA.

No início deste mês, o presidente dos EUA, Donald ‌Trump, ordenou um "bloqueio" de todos os petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela, ‌na mais recente medida de Washington para aumentar a pressão sobre o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

A Guarda Costeira apreendeu, nas últimas semanas, dois petroleiros perto da Venezuela. Após a primeira ação, em 10 de dezembro, a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, publicou um vídeo de 45 segundos mostrando dois helicópteros se aproximando de uma embarcação e indivíduos armados e camuflados descendo de rapel no navio.

Publicidade

Uma publicação feita no sábado nas redes sociais pelo Departamento de Segurança Interna, que supervisiona a Guarda Costeira, mostrou o que pareciam ser oficiais a bordo do porta-aviões Gerald Ford, preparando-se para partir e apreender o petroleiro Centuries, o segundo navio abordado pelos EUA.

Um funcionário norte-americano, falando sob condição de anonimato, disse que os oficiais da Guarda Costeira a bordo do Ford pertenciam a uma Equipe de Resposta de Segurança Marítima e, naquele momento, estavam muito distantes do Bella 1 para realizar uma operação de abordagem.

"Há um número limitado de equipes treinadas para esse tipo de abordagem", disse Corey Ranslem, diretor executivo do grupo de segurança marítima Dryad Global e ex-membro da Guarda Costeira dos EUA.

O Departamento de Segurança Interna não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. A Reuters não conseguiu determinar quais outros motivos, se existirem, levaram a Guarda Costeira ‌a ainda não ter apreendido a embarcação.

Publicidade

A administração poderia, em última instância, optar por não abordar a embarcação.

A Casa Branca afirmou que os Estados Unidos ainda estão em "busca ativa por uma embarcação da frota clandestina sancionada, que faz parte da evasão ilegal de sanções por parte da Venezuela".

Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se