Família real britânica: veja história, membros e curiosidades

Saiba mais sobre a origem da Família Real britânica, quem são seus integrantes e algumas curiosidades da monarquia mais famosa do mundo

1 mai 2023 - 05h00
Você ficou sabendo que Charles III fez sua primeira viagem ao exterior como rei? Pois bem, o Flipar te conta tudo agora. Confira!
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Foto: Andrew Wheeler/defenceimagery/Ministry of Defense / Flipar

O Rei Charles III e sua esposa, a Rainha Camilla, serão coroados oficialmente neste sábado, 6. Na cerimônia, o soberano reafirmará seu compromisso com os súditos, com Deus e com a monarquia, tornando-se oficialmente chefe da Família Real, do Estado e da igreja da Inglaterra, também conhecida como igreja Anglicana. 

A coroação costuma chamar a atenção do público ao redor do mundo. Além de ser a primeira em 70 anos, após o segundo reinado mais longevo da história, de sua mãe, a rainha Elizabeth II, esse é um dos poucos momentos em que a Família Real britânica expõe alguns de seus rituais milenares.

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Para entender a coroação do Rei Charles III e da Rainha Camilla e sua importância, tanto para o Reino Unido quanto para a sociedade diplomática mundial é necessário voltar um pouco no tempo e compreender a história da Família Real, no caso, a origem dos Windsor.

Como surgiu a família real britânica? 

O gosto por bebidas alcoólicas parece ser uma tradição na Realeza Britânica. O site "Grande Adega" listou o gosto de vários ex-monarcas. A começar pela mãe da Rainha Elizabeth II, a rainha consorte Isabel Bowes-Lyon (foto).
Foto: Domínio Público - wikimédia Commons / Flipar

A monarquia britânica e seus descendentes existem antes mesmo da constituição da Inglaterra como conhecemos. De acordo com historiadores, ela remonta ao século IX, no Reino de Wessex, logo após a derrota dos vikings. Porém, a dinastia de Windsor, Casa Real que impera no Reino Unido atualmente, surgiu há pouco mais de 100 anos, em 1917.

A família Windsor ascendeu ao trono em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, devido à abdicação do Rei Eduardo VIII, que governou por menos de um ano e sequer chegou a ser coroado. Seu irmão, Jorge VI, pai da princesa Isabel e futura rainha Elizabeth II, assumiu. 

Em 1952, após a morte de seu pai, Isabel assumiu o trono com a alcunha de rainha Elizabeth II. Sua gestão foi marcada por crises dentro da Família Real e pelo reposicionamento da monarquia na mídia. Sua coroação, por exemplo, foi a primeira da história a ser transmitida pela televisão. Com isso, de maneira controlada, os membros da Realeza passaram a se adaptar com o século XX e seus adventos tecnológicos.

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Rainha Elizabeth II e Príncipe Philip acompanhados de Charles
Foto: Emissora de TV BBC

Nos anos 70 e 80, a dinastia Windsor passou a ser alvo de uma sucessão de crises. A primeira foi o divórcio da Princesa Margaret, irmã de Elizabeth II, em 1978. Ela e Antony Armstrong-Jones foram os primeiros da família a se separarem. Nos anos seguintes, a princesa Anne e o príncipe Charles, ambos em meio a rumores de infidelidade, também se divorciaram de seus respectivos cônjuges - Mark Phillips e Diana Spencer, respectivamente.

Com a morte de Lady Di, em um acidente de carro em Paris, na França, em 1997, mais uma polêmica na Família Real: a resistência da Rainha em hastear a meio mastro a bandeira do Palácio de Buckingham, em sinal de luto. Essa foi considerada a maior crise desde a abdicação de seu tio, Eduardo.

Nos anos 2000, a Família Real ganhou frescor com o casamento dos príncipes William e Harry. Kate Middleton, esposa do primogênito, foi a primeira mulher não-aristocrata a se casar com alguém da Realeza. Já Meghan Markle, esposa de Harry, foi a pessoa não-branca a integrar a dinastia.

Em 3º lugar, a maior audiência foi do funeral da Princesa Diana, mulher do Príncipe Charles (hoje Rei Charles III). Foi visto por 2,5 milhões de pessoas.
Foto: Youtube Canal The Royal Family Channel / Flipar

Em 2020, a rainha Elizabeth II passou a enfrentar novas dificuldades: a abdicação de Harry e Meghan como membros seniores da Família Real. Na época, o Palácio de Buckingham demorou tanto a se posicionar sobre o assunto que a imprensa apelidou o episódio de "Mexit", em alusão ao Brexit, movimento para desvincular a Inglaterra da União Europeia. 

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Em junho de 2022, já muito debilitada, a Rainha Elizabeth II foi homenageada em decorrência do Jubileu de Platina, evento que celebrou os 70 anos de reinado.

Quais locais são governados pela realeza?

Oficialmente o Reino Unido da Grã Bretanha governa apenas quatro países: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. Entretanto, os súditos da monarquia estão espalhados por cerca de 56 países, a maioria ex-território britânico. 

Esse cenário é reflexo da Commonwealth, uma espécie de bloco formado por nações que, de certa forma, respondem ao líder Reino Unido. Entre esses países, estão Índia, Austrália, Canadá, Quênia, Malásia, Nova Zelândia, Nigéria, África do Sul e Bahamas. A maioria dos membros da Commonwealth obteve a independência durante o reinado de Elizabeth II e hoje não está mais subordinada à Coroa Britânica, porém, mantêm boas relações com a mesma visando interesses mercadológicos mútuos.

A Família Real gosta de drinks. E a Rainha Elizabeth II tinha certas preferências que ganharam destaque no noticiário após sua morte. A Rainha gostava tomar gim misturado com Dubonnet com uma rodela de limão antes do almoço.
Foto: reprodução instagram Prince Harry. / Flipar

O grupo abrange aproximadamente cerca de 2,5 bilhões de pessoas, o equivalente a aproximadamente um terço da população mundial. Os membros da Commonwealth mantêm laços de história, idioma e cultura.

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Por outro lado, não há compromissos legais e os países podem se retirar unilateralmente do grupo. Na imprensa, há especulações que questionam se o rei Charles III conseguirá manter a comunidade unida, assim como sua mãe.   

Quem são as pessoas da Família Real?

Os membros seniores da Família Real britânica são as pessoas mais próximas do trono e da linha sucessória. Durante seu reinado, Elizabeth II delimitou a distribuição de títulos para enxugar os gastos da Coroa e evitar o avanço de movimentos anti-monárquicos.

O ramo principal da família é composto atualmente pelo rei Charles III, o soberano; a rainha Camilla, sua consorte; William, príncipe de Gales e herdeiro presuntivo ao trono; Kate Middleton, atual princesa de Gales e futura rainha consorte; e os filhos do casal, o príncipe George (9), a princesa Charlotte (7) e o príncipe Louis (4).

Príncipe Charles, Camilla, Kate Middleton e Príncipe William
Foto: Instagram / @dukeandduchessofcambridge

Apesar de populares, príncipe Harry e Meghan Markle não fazem mais parte do ramo principal da família, pois eles abdicaram dessa função em 2020. Os títulos atribuídos a eles continuam válidos, mas seus filhos, Archie (3) e Lilibet (1), não tinham títulos oficiais até o início de 2023. Em março, o casal reivindicou as nomenclaturas.

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Qual a importância da família real na Inglaterra? 

Rei Charles III
Foto: Reuters

O regime adotado pelo Reino Unido é a monarquia parlamentarista. Nele, o rei Charles III exerce a função de chefe de Estado, mas como figura diplomática. O primeiro-ministro, eleito pelo parlamento, é quem exerce a função de chefe de governo, de modo que é a ele que cabe as decisões que impactam as pessoas e a economia do país.

Dito isso, diversos movimentos anti-monárquicos veem o regime como ultrapassado, com o argumento de que o poder público gasta quantia milionária por ano para manter a Família Real e seus respectivos gastos e instalações. Por outro lado, a Realeza é vista como essencial, gerando, a partir de seu trabalho, equilíbrio diplomático e valorização da moeda nacional.

Curiosidades sobre a realeza

  • Herdeiros do trono não viajam juntos 

Esse protocolo busca garantir a manutenção da mesma linhagem familiar no trono. Sendo assim, dois herdeiros não costumam viajar juntos. Nos últimos anos, príncipe William quebrou esta regra para que pudesse viajar acompanhado do filho, George. Na época, a criança era de colo e, por isso, a exceção foi concedida.

Rei Charles III
Foto: Reuters
  • O rei não precisa de passaporte 

O rei Charles III está dispensado de ter um passaporte, privilégio que cabe somente ao soberano dentro da Família Real. O monarca tem esse "passe-livre", pois todos os passaportes são emitidos em seu nome, portanto, não é necessário que ele mesmo tenha um. 

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  • A Família Real sempre tem roupa preta na mala

O protocolo pede que as roupas pretas sejam reservadas para os momentos de luto. O uso da cor em qualquer outro tipo de situação é veementemente vetado. A morte, por sua vez, nem sempre é um evento previsível. Sendo assim, em toda viagem oficial, os funcionários reservam uma troca de roupa preta para garantir que os membros da Realeza possam aparecer em público de forma apropriada. 

  • Roupas são mensagens 

Por protocolo, os membros da Realeza não devem se posicionar politicamente ou a respeito de qualquer assunto que ameace a monarquia ou a economia do país. Por isso, as roupas se tornaram uma espécie de metalinguagem entre os Windsor. A princesa Diana, por exemplo, ganhou notoriedade pelo seu "vestido da vingança"; a rainha Elizabeth II fez história com seu famoso guarda-roupa "arco-íris", em que usava cores vivas para demonstrar humor ou apoio a alguém.

Além de mensagens, as cores das roupas também têm seu próprio protocolo. De acordo com relato de Meghan Markle à Netflix, cada membro possui sua própria paleta de cores, devendo usá-las para que duas pessoas não apareçam publicamente vestidas de maneira similar ou igual.

  • Obrigação linguística

Em viagens internacionais, os membros da Família Real são orientados a aprender pelo menos algumas palavras dos cumprimentos na língua local. Aqui no Brasil, por exemplo, o rei Charles III terá que aprender saudações como "bom dia", "olá" e "como está?". O motivo é sinalizar abertura, respeito e valorização da cultura local.

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Fonte: Redação Terra
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