Extrema direita alemã reforça laços com Trump e envia delegação de parlamentares a Washington

Uma delegação de cerca de 20 deputados da AfD (Alternativa para a Alemanha), partido alemão de extrema-direita, viaja nesta quinta-feira (11) para os Estados Unidos para se encontrar com representantes do Partido Republicano e "outros parceiros políticos", anunciou a legenda nesta quarta-feira (10).

11 dez 2025 - 17h33

Pascal Thibaut, correspondente da RFI em Berlim

A AfD é o principal partido de oposição alemão e já havia recebido apoio dos aliados de Trump durante a última eleição legislativa no país. "A AfD luta, ao lado de seus amigos internacionais, por um renascimento conservador na América do Norte e na Europa", declarou o deputado Markus Frohnmaier, responsável pela política externa dentro do grupo parlamentar que representará a delegação em Washington.

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O grupo que viaja para os Estados Unidos é formado por 20 deputados do Bundestag (a Câmara Baixa do Parlamento), dos Estados regionais (Länder) e do Parlamento Europeu. Segundo Frohnmaier, a AfD está "estabelecendo parcerias sólidas com forças que defendem a soberania nacional, a identidade cultural e uma política realista em matéria de segurança e imigração".

Em Nova York, os deputados alemães também participarão de uma noite de gala de uma associação de jovens republicanos particularmente radical. Segundo o jornal alemão Bild Zeitung, apenas a viagem dos deputados do Bundestag, paga pelo Parlamento, terá um custo próximo de € 60 mil.

Durante a campanha eleitoral alemã, o vice-presidente americano JD Vance chegou a se encontrar em Munique com a candidata à chancelaria da legenda, Alice Weidel, depois de incentivar os outros partidos alemães a deixarem de "diabolizar a AfD" durante sua participação na Conferência de Segurança de Munique, em fevereiro.

Críticas

A Alemanha, que esteve entre os aliados mais fiéis dos Estados Unidos desde o fim da Segunda Guerra Mundial, critica as posições do presidente americano. O chanceler conservador Friedrich Merz considerou na terça-feira (10) alguns trechos da estratégia de segurança de Donald Trump "inaceitáveis" do ponto de vista europeu.

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O partido alemão de extrema-direita AfD elogiou o documento, que antecipa o fim da civilização europeia, decorrente, entre outros fatores, da falta de controle da imigração.

Para Knut Abraham, deputado democrata-cristão no Bundestag e ex-diplomata alemão em Washington, "tanto os republicanos quanto a AfD trabalham para a destruição da Europa", e a "aliança entre a AfD e o movimento MAGA (Make America Great Again) em torno de Trump é diabólica".

Com agências

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