Erdogan diz que Turquia vive uma das mais violentas ondas de terrorismo

21 mar 2016 - 11h25

A Turquia enfrenta uma das ondas de terrorismo mais sangrentas de sua história, disse nesta segunda-feira o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que prometeu responder com dureza tanto o grupo curda do PKK quanto os jihadistas do Estado Islâmico (EI).

"A Turquia enfrenta a uma das maiores e mais sangrentas ondas de terrorismo de sua história. Vamos atacar estas organizações terroristas da maneira mais forte", declarou Erdogan durante um discurso público em Istambul.

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Ele afirmou que lutar contra o terrorismo é também lutar a favor dos direitos humanos e da democracia, em uma aparente alusão aos que criticam sua forma autoritária. O presidente turco apelou ao nacionalismo e pediu para os turcos se "mobilizarem" contra o terrorismo, como fizeram na Batalha dos Dardanelos, na I Guerra Mundial, e na Guerra de Independência posterior, quando caiu o Império Otomano.

Hoje, quatro soldados morreram em combates com simpatizantes da guerrilha curda do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) na cidade de Nusaybin, situada na província de Mardin, no sudeste da Turquia. O primeiro soldado faleceu após a explosão de uma bomba colocada na rua e outros três morreram no combate que se desencadeou posteriormente, segundo o jornal "Hürriyet".

A Turquia está em estado de alerta e as medidas de segurança aumentaram depois dos últimos quatro atentados suicidas cometidos neste ano em Istambul e Ancara e que deixaram mais de 80 mortos. O último atentado suicida causou, no sábado, quatro mortes no centro turístico e comercial de Istambul. De acordo com o ministro do Interior turco, Efkan Ala, o suicida tinha vínculos com o EI.

Além de dois atentados do EI contra grupos de turistas, outros dois ataques suicidas com carro-bomba cometidos este ano foram assumidos pelos Falcões da Liberdade de Curdistão (TAK), um facção radical que se considera independente do PKK.

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No sudeste da Turquia, milhares de pessoas comemoram hoje o Ano Novo curdo, o Newroz, sem que, por enquanto, tenham ocorrido incidentes significativos. Em Diyarbakir, onde acontecem as principais celebrações, a formação pró-curda e de esquerda Partido Democrático dos Povos (HDP) pediu ao governo para retomar as negociações de paz com o PKK.

"Nos últimos dois anos, demos as boas notícias da paz nesta praça durante as celebrações do Newruz. Infelizmente, hoje nos reunimos sob o peso de notícias de mortes e enfrentamentos", disse aos reunidos o copresidente do HDP, Selahattin Demirtas.

  
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