Alba adverte: invasão de embaixada teria 'graves consequências'
18 ago2012 - 23h48
(atualizado em 19/8/2012 às 10h42)
A eventual entrada da polícia britânica na embaixada do Equador em Londres para deter Julian Assange teria "graves consequências no mundo", advertiram em uma declaração os chanceleres da Aliança Bolivariana para os países de Nossa América (Alba), reunidos no sábado na cidade equatoriana de Guayaquil.
"Advertimos o governo do Reino Unido sobre as graves consequências no mundo todo em caso de agressão direta à integridade territorial da República do Equador em Londres", afirmou o comunicado lido pelo chanceler venezuelano Nicolás Maduro ao término do encontro em Guayaquil, no sudoeste do Equador.
"Rejeitamos as ameaças intimidadoras proferidas por porta-vozes do governo do Reino Unido pela violação dos princípios de soberania e integridade territorial das nações", afirma outra parte da declaração.
Os chanceleres da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) se reuniram dois dias depois de o Equador conceder asilo diplomático ao australiano Assange, fundador do WikiLeaks, que se refugiou na embaixada equatoriana em Londres no dia 19 de junho para evitar sua extradição à Suécia.
Assange, 41 anos, é requerido pela justiça sueca por acusações de agressão sexual que ele nega ter cometido. O fundador do WikiLeaks teme que a Suécia possa ser somente uma passagem antes de uma posterior extradição para os Estados Unidos, onde é acusado de espionagem devido à publicação de milhares de documentos secretos do Departamento de Estado.
O governo do Equador denunciou que as autoridades britânicas ameaçaram entrar em sua embaixada em Londres para deter Assange, embora posteriormente o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, tenha negado a possibilidade.
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No entanto, a Alba ressaltou no sábado que "as ameaças proferidas pelo governo do Reino Unido, que supõem a possibilidade de uma entrada indevida na sede diplomática do Equador em Londres para prender Julian Assange, constituem atos intimidadores que atentam contra a integridade territorial da República do Equador".
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7 de junho de 2010: Os militares dos EUA dizem que o especialista militar Bradley Manning, que serviu em Bagdá, foi preso em conexão com a divulgação de um vídeo confidencial mostrando um ataque de helicóptero dos EUA em 2007 que matou várias pessoas na capital iraquiana. Acusado de vazamento de arquivos do governo para o site WikiLeaks e de ajudar o inimig - identificado como Al-Qaeda - Manning enfrentará uma corte marcial em setembro de 2012
Foto: AFP
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25 de julho: Mais de 91 mil documentos, a maioria deles relatórios militares americanos secretos sobre a guerra no Afeganistão, são publicados pelo WikiLeaks. Em outubro, o WikiLeaks libera mais 400 mil arquivos militares confidenciais que narram a guerra no Iraque de 2004 a 2009, no maior vazamento desse tipo na história militar dos EUA
Foto: AFP
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18 de novembro: Um tribunal da Suécia ordena a detenção de Assange devido a uma investigação feita por um promotor sueco de alegações contra ele de estupro, abuso sexual e coerção ilegal
Foto: AFP
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28 de novembro: O WikiLeaks libera milhares de telegramas diplomáticos dos EUA, que incluem opiniões de líderes estrangeiros e avaliações contundentes de ameaças à segurança
Foto: AFP
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16 de agosto: O Equador concede asilo político a Assange. O ministro das Relações Exteriores do país, Ricardo Patinõ, afirma em Quito que a decisão do Equador foi tomada com base no direito internacional e por existir evidências de que a segurança e a vida do fundador do WikiLeaks possam estar em perigo. A Grã-Bretanha promete continuar buscando a extradição para a Suécia
Foto: Reuters
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25 de agosto de 2011: O WikiLeaks libera milhares de telegramas diplomáticos americanos inéditos de seu arquivo de mais de 250 mil relatórios do Departamento de Estado
Foto: AFP
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24 de outubro: Assange diz que o WikiLeaks terá que parar de publicar telegramas secretos e se dedicará à angariação de fundos
Foto: AFP
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2 de novembro: O Supremo Tribunal da Grã-Bretanha determina que Assange deve ser extraditado para a Suécia. Um mês mais tarde, Assange recebe permissão para apelar da sentença. No entanto, o tribunal apoia a sua extradição para a Suécia em maio de 2012 por supostos crimes sexuais. Assange apela em junho, mas seu pedido é rejeitado
Foto: AFP
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19 de junho: Assange se refugia na embaixada do Equador em Londres e pede asilo político para evitar a extradição para a Suécia. A polícia diz no dia seguinte que ele pode ser preso por quebrar as condições de sua fiança
Foto: AFP
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7 de dezembro: Assange é preso pela polícia britânica em cumprimento a um mandado europeu emitido pela Suécia. Ele é mantido na prisão depois que um juiz se recusa a conceder fiança. A fiança, fixada em 200 mil libras, é concedida em 16 de dezembro
Foto: AFP
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