O presidente americano, Barack Obama, propôs uma reforma política e econômica para conseguir estabilidade na Líbia e Oriente Médio e assegurou que seu país manterá seu compromisso com a segurança, em entrevista à imprensa chilena divulgada neste domingo.
Veja ataques da coalização internacional contra a Líbia
Video Player
"Acreditamos que o status quo é insustentável. Apenas haverá estabilidade real na região se houver um processo de reforma política e econômica. Mantemos nosso compromisso com a segurança na região", disse Obama na entrevista publicada pelo jornal El Mercurio.
Obama completou que as últimas revoltas iniciadas na Líbia e no Oriente Médio são um "momento promissor", já que, na opinião dele, "as pessoas buscam respeito aos direitos universais. Os EUA acreditam que isso seja positivo".
"Esses são os direitos que defendemos em todo lugar, seja no Egito ou no Irã; na Líbia ou na Tunísia", afirmou Obama, que desde sábado está em visita ao Brasil como parte de uma viagem pela América Latina que na segunda-feira o levará ao Chile e, na terça-feira, a El Salvador.
Obama autorizou no sábado, em meio à visita ao Brasil, uma ação militar limitada das forças americanas na Líbia contra o regime de Muammar Kadafi, junto a outros países europeus como Grã-Bretanha e França. A decisão foi tomada depois da resolução de quinta-feira do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que autorizaram o uso da força contra as tropas de Kadafi para deter os ataques contra redutos rebeldes nesse país.
Cindida entre rebeldes e forças de Kadafi, Líbia mergulha em guerra civil
Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Entretanto, enquanto os casos tunisiano e egípcio evoluíram e se resolveram principalmente por meio protestos pacíficos, a situação da Líbia tomou contornos bem distintos, beirando uma guerra civil.
Após semanas de violentos confrontos diários em nome do controle de cidades estratégicas, a Líbia se encontrava atualmente dividida entre áreas dominadas pelas forças de Kadafi e redutos da resistência rebeldes. Mais recentemente, no entanto, os revolucionários viram seus grandes avanços a locais como Sirte e o porto petrolífero de Ras Lanuf serem minados no contra-ataque de Kadafi, que retomou áreas no centro da Líbia e se aproxima das portas de Benghazi, a capital da resistência rebelde, no leste líbio.
Essa contra-ofensiva governista mudou a postura da comunidade internacional. Até então adotando medidas mais simbólicas que efetivas, ao Conselho de Segurança da ONU aprovou em 17 de março a determinação de uma zona de exclusão aérea na Líbia. Menos de 48 horas depois, enquanto os confrontos persistiam, França, Reino Unido e Estados Unidos iniciaram ataques. Mais de mil pessoas morreram, e dezenas de milhares já fugiram do país.
1 de 30
O Coronel Muamar Kadafi discursa em 1969, ano em que destronou o rei Idris instaurou a era republicana da Líbia em nome de "Liberdade, Socialismo e Unidade"
Foto: AFP
2 de 30
A 27 de setembro de 1969 - 26 dias após o golpe de Estado -, Kadafi discursa já como Presidente do Conselho da Revolução Líbia
Foto: AFP
3 de 30
Em dezembro de 1969, Kadafi - já líder da Líbia - e o então presidente egípcio, Gamal Nasser, chegam em Rabat, no Marrocos, para conferência da Cúpula Árabe
Foto: AFP
4 de 30
Em 1970, Kadafi é recepcionado pelo presidente libanês Chalres Halou, em sua chegada a Beirute
Foto: AFP
5 de 30
Em 1972, Kadafi discursa pelas comemorações dos 20 anos da revolução de 1952, quando o país alcançou a independência das presenças britânica e francesa
Foto: AFP
6 de 30
Retrato de Kadafi de 1973, quando participou de histórico encontro dos países não-alinhados à bipolaridade da Guerra Fria, realizado na Algéria, do qual participaram 76 nações africanas, asiáticas e latinas
Foto: AFP
7 de 30
Reunião em Uganda, em 1975, mostra o ditador local, Idi Amin Dada, sentado ao lado de Kadafi
Foto: AFP
8 de 30
Kadafi participa de cúpula da Organização para a Unidade Africana em Campala, Uganda, em 1975
Foto: AFP
9 de 30
Em 1978, Kadafi e o então líder palestino, Yasser Arafat, assistem a desfile militar em Trípoli
Foto: AFP
10 de 30
Kadafi faz revista das tropas em visita a Dakar, Senegal, em 1985
Foto: AFP
11 de 30
Em 1988, o então presidente tunisiano Ben Ali e o líder líbio Muamar Kadafi ouvem seus hinos nacionais no aeroporto da Tunísia
Foto: AFP
12 de 30
Kadafi observa tropas em visita ao Senegal, em 1985
Foto: AFP
13 de 30
Kadafi fala a jornalistas em Trípoli, em 1986, em encontro do "Alto Comando das Forças Revolucionárias da Nação Árabe"
Foto: AFP
14 de 30
Imagem de televisão mostra Kadafi acompanhado pelo presidente Idriss Deby, no Tchad, em 1997
Foto: AFP
15 de 30
Kadafi responde a perguntas de jornalistas em 1990, no momento em que ele ameaça tirar a Líbia das Nações Unidas em razão de uma polêmica com militares dos Estados Unidos no Golfo
Foto: AFP
16 de 30
Kadafi conversa com Nelson Mandela em 1999, durante passeata em Trípoli
Foto: AFP
17 de 30
Kadafi saúda tropas durante desfile militar de 1999, em Trípoli, em homenagem aos 30 anos da revolução de 1969, na qual o líder subiu ao comando da Líbia
Foto: AFP
18 de 30
Kadafi discursa no parlamento da Jordânia, em 2000, criticando as mortes que então ocorriam, supostamente em nome do fundamentalismo islâmico
Foto: AFP
19 de 30
Kadafi fala a jornalistas na cidade líbia de Bab al-Aziziya, em 1998
Foto: AFP
20 de 30
Kadafi participa de oração na cidade de Syrte, em 2002
Foto: AFP
21 de 30
Kadafi ouve discursos de líderes em Moçambique, na cúpula da União Africana de 2003
Foto: AFP
22 de 30
Kadafi fuma um cigarro americano durante cúpula da Liga Árabe de 2004, na Tunísia
Foto: AFP
23 de 30
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, dá aperto de mão caloroso em Kadafi, durante encontro bilateral em Trípoli, em 2004
Foto: AFP
24 de 30
Em 2007, Kadafi gesticula sinal de positivo durante comemoração do 21º aniversário do ataque dos Estados Unidos à Líbia
Foto: AFP
25 de 30
Em 2007, o presidente francês Nicholas Sarkozy recepciona Kadafi para encontro no Palácio de Paris
Foto: AFP
26 de 30
Kadafi chega à Assembleia Nacional Francesa, em dezembro de 2007; parlamentares franceses oposicionistas se fizeram ausentes em protestos contra o governo do líder líbio
Foto: AFP
27 de 30
Durante visita de 2007 à França, Kadafi visita o Museu do Louvre e posa para foto ao lado da estátua da Vênus de Milo
Foto: AFP
28 de 30
No seu tour francês de 2007, Kadafi visita o Palácio de Versalhes
Foto: AFP
29 de 30
Em visita de 2009 à Itália, Kadafi participa de conferência de imprensa no palácio presidencial de Roma
Foto: AFP
30 de 30
Kadafi manda beijos para uma plateia de 700 mulheres após palestra proferida em Roma
Foto: AFP
Todos os direitos de reprodução e representação reservados.