Obama diz que não boicotará Jogos de Inverno, apesar de tensão com Rússia

9 ago 2013 - 18h04
(atualizado às 18h09)

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta sexta-feira que seu país não vai boicotar os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em 2014, como pediram vários membros do Congresso devido às medidas contra homossexuais na Rússia.

"Quero deixar claro que não acho que seja apropriado boicotar os Jogos, embora ninguém esteja mais ofendido do que eu por algumas da legislações anti-homossexuais na Rússia", disse Obama em entrevista coletiva, dois dias após anunciar que não se reunirá em setembro com o presidente russo, Vladimir Putin.

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Obama evitou dizer abertamente se haverá mais represálias de seu país à Rússia pelas tensões após a concessão de asilo temporário a Edward Snowden.

No entanto, ele esclareceu que a "decisão de não participar da cúpula não foi exclusivamente pelo caso de Snowden+", mas "em uma série de assuntos que interessam aos Estados Unidos, a Rússia não se movimentou".

"Este último episódio é só um de uma série de diferenças nos últimos meses, em torno da Síria ou dos direitos humanos. Achamos que é apropriado para nós ver para onde se dirige a Rússia e reavaliar nossa relação", acrescentou.

Obama afirmou que não tem uma "má relação com Putin" e que suas conversas com ele "muitas vezes são muito produtivas", mas reconheceu que fez mais progressos durante o mandato de seu antecessor, Dmitri Medvedev, que deixou o posto no ano passado.

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"Quando Putin voltou ao poder, vimos mais retórica antiamericana, que recuperava velhos estereótipos. E o encorajei a olhar para frente, e não para trás nesses assuntos", declarou.

"Espero que com o passar do tempo entendam que ao invés de uma competição para ver quem ganha, é melhor ter uma relação na qual trabalhemos juntos", argumentou.

Quanto aos Jogos Olímpicos que serão realizados na cidade russa de Sochi, Obama destacou que não os boicotará porque há "muitos americanos que estão trabalhando duro para obter sucesso", e disse considerar que a melhor forma de "rejeitar as atitudes" da Rússia é que "alguns atletas gays e lésbicas possam trazer para casa um ouro, uma prata ou um bronze".

"E se a Rússia não tem atletas gays e lésbicas, possivelmente isso vai fazer sua equipe mais frágil", afirmou.

  
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