Jornal dos EUA é envolvido em escândalo para inflar circulação

12 out 2011 - 21h41
(atualizado às 21h59)

O jornal britânico The Guardian informou nesta quarta-feira que teve acesso a e-mails e documentos que mostram que o jornal americano The Wall Street Journal canalizou fundos de terceiros por meio de uma empresa que comprou cópias do diário na Europa a fim de inflar sua circulação. O escândalo provocou a renúncia do editor do The Wall Street Journal para a Europa Andrew Langhoff, um dos mais antigos executivos europeus do império midiático do magnata Rupert Murdoch.

De acordo com os documentos, o diário americano teria comprado seus próprios jornais para movimentar as cifras de circulação, com o objetivo de cobrar mais dos anunciantes. O jornal enviava dinheiro à firma Executive Learning Partnership (ELP), com sede na Holanda, para que ela comprasse milhares de exemplares diariamente a preços rebaixados.

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Uma informação confirmada pelos dois jornais é a de que as compras por parte da ELP foram aprovadas pelo organismo supervisor da circulação dos meios na Grã-Bretanha. O The Wall Street Journal se comprometeu a publicar três notas baseadas na investigação sobre o ELP, informou o Guardian. No entanto, acrescenta o periódico britânico, duas dessas notas foram veiculadas sem nenhuma advertência ao leitor de que os artigos foram produto de um negócio.

Sobre a demissão do executivo, a ELP explicou que seus vínculos da empresa matriz do diário, Dow Jones, "poderiam dar a impressão de que a cobertura noticiosa seria influenciada pelas relações comerciais". Nesta quarta-feira, o Journal e a Dow Jones divulgaram uma declaração conjunta admitindo que os acordos tinham uma "má aparência". Além disso, confirmaram que os laços com os terceiros foram cortados, mas que os acordos ainda continuam válidos.

Fonte: Terra
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