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EUA: defesa de Manning tenta anular acusações de "ajuda ao inimigo"

9 jul 2013 - 03h07
(atualizado às 03h16)

A defesa do soldado Bradley Manning, acusado de divulgar milhares de documentos secretos ao WikiLeaks, declarou nessa segunda-feira que as acusações contra o militar devem ser retiradas por falta de provas, incluindo a de "ajuda ao inimigo", tida como a mais grave.

A equipe de advogados de Manning, liderado por David Coombs, iniciou nessa segunda a apresentação de seus argumentos, em um tribunal militar em Fort Meade (Maryland), com quatro moções para que as acusações contra o soldado sejam eliminadas, já que, segundo a defesa, a Promotoria não apresentou provas indubitáveis.

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A defesa quer que Manning não seja acusado de "ajuda ao inimigo", de roubo de propriedade governamental - pela aquisição não autorizada de milhares de documentos de inteligência e arquivos diplomáticos -, e de divulgá-los indevidamente a uma rede militar secreta e ao WikiLeaks.

A juíza que preside o julgamento, Denise Lind, deverá emitir sua sentença sobre a solicitação da defesa nos próximos dias. Durante a jornada dessa segunda - apesar das objeções da Promotoria, que o considerou irrelevante -, a defesa apresentou um vídeo de 39 minutos (gravado em 2007 e filtrado por Manning ao WikiLeaks) que mostra o ataque de um helicóptero Apache contra um grupo de civis não armados em Bagdá.

Segundo a transcrição do julgamento, fornecida pela Freedom of Press Foundation, a defesa convocou como primeira testemunha Joshua Ehresman, um analista de inteligência que trabalhou com Manning em uma base nos arredores de Bagdá entre novembro de 2009 e maio de 2010.

Segundo Ehresman, os soldados nessa unidade de inteligência descarregavam com regularidade informação classificada a discos compacto por causa do enorme volume de dados que deviam entregar posteriormente a seus encarregados no Iraque.

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Perguntado pela defesa, Ehresman indicou que, entre os analistas, era prática "comum" e "permitida" transferir dados nos discos compactos e, inclusive, descarregar os dados em seus computadores pessoais, especialmente se houvesse problemas com os servidores.

"Não havia regras sobre o que não podia ser descarregado por um analista em um CD ou da base de dados secreta SIPRnet, à qual tinham acesso", precisou Ehresman.

Ao descrever o trabalho de Manning, Ehresman assinalou que este trabalhava com dados para operações no campo de batalha em curso ou para determinar futuras operações.

Segundo Ehresman, Manning "era de longe o melhor analista, no que se refere a desenvolver produtos. Qualquer coisa que lhe perguntasses... ele (Manning) trazia várias ideias e depois lhe dava exatamente o que buscava". A qualidade de seus produtos "era a melhor", ressaltou o analista.

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A estratégia da defesa, com apoio de dezenas de testemunhas, é apresentar Manning como um homem ingênuo que divulgou informação secreta para manifestar sua preocupação pelas injustiças contidas.

Na última semana, ao completar a apresentação de seus argumentos, a Promotoria apresentou provas de que a rede Al Qaeda teria se servido da informação vazada ao Wikileaks e publicada por esta organização.

A intenção dos advogados da acusação é demonstrar que Manning, de 25 anos, ajudou o inimigo ao fornecer informação ao Wikileaks, algo que poderia lhe acarretar uma pena de prisão perpétua.

A juíza Lind deve determinar a responsabilidade de Manning no maior vazamento de informação classificada da história dos Estados Unidos, com 700 mil documentos enviados ao Wikileaks, que incluíam vídeos de ataques, arquivos diplomáticos e registros das guerras do Afeganistão e Iraque, ou da prisão da Base Naval americana de Guantánamo.

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