Massacre gera protestos contra bandeira símbolo do racismo

Bandeira escravocrata usada por suspeito de matar nove negros em igreja de Charleston ainda é exibida em parlamento da Columbia

20 jun 2015 - 14h12
(atualizado às 20h29)

Moradores da Carolina do Sul, ainda abalados pelo assassinato de nove negros dentro de uma igreja de Charleston, programaram protestos para sábado manifestando luto, raiva e pedidos de mudança. Eles devem se reunir em Columbia, capital do estado, para um ato contra a bandeira confederada (que, para muitos, é um potente símbolo do racismo) e também em Charleston. Esta última é planejada pelos organizadores do movimento Black Lives Matter ("vidas negras importam", em inglês).

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Os manifestantes em Columbia devem se reunir do lado de fora do parlamento local, onde a bandeira, símbolo dos estados sulistas escravocratas durante a Guerra Civil norte-americana, ainda é exibida. Uma petição nacional já reuniu cerca de 320.000 assinaturas no site MoveOn.org a denunciando como um "símbolo da rebelião e do racismo" e pedindo "Estados Unidos da América melhores". Trata-se, para os manifestantes, de fazer pressão sobre os responsáveis da Carolina do Sul, já que a decisão de retirá-la cabe ao parlamento local.

Imagem de Dylann Roof portando a bandeira vazou neste sábado
Imagem de Dylann Roof portando a bandeira vazou neste sábado
Foto: Reuters

Dylann Roof, um branco de 21 anos com o rosto ainda muito jovem, foi acusado nesta sexta-feira pelos nove assassinatos e participou da audiência por teleconferência. Além dos assassinatos, ele também foi acusado por porte de arma de fogo durante um crime violento.

Para o presidente Barack Obama, "a bandeira confederada deve ficar no museu", segundo seu porta-voz Eric Schultz. Na noite de sexta-feira em San Francisco, Obama também acusou o Congresso em Washington, nas mãos dos republicanos, de não ter legislado em favor de uma regulamentação mais severa sobre a posse de armas de fogo. "Nós não sabemos se isso teria evitado o que ocorreu em Charleston, mas certamente teríamos mais americanos entre nós", afirmou o presidente, informando que 11 mil pessoas foram mortas em 2013 no país vítimas de armas de fogo.

Sexta à noite, milhares de pessoas se reuniram em um estádio coberto de Charleston, com rosas vermelhas e brancas nas mãos, para homenagear as vítimas, com idades entre 26 e 87 anos. 

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Roof supostamente teria dito que "queria começar uma guerra racial", em um crime que as autoridades estão tratando como um crime de ódio e investigando como possível "terrorismo doméstico". A este respeito, sua aparente nostalgia do apartheid e relatos de amigos dão os primeiros elementos.

O homem, desempregado e de baixa escolaridade, vivia numa pequena cidade rural perto de Charleston. A família dele, em sua primeira reação pública aos assassinatos, ofereceu condolências pelos mortos e falou de seu "estado de choque, tristeza e descrença". A governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, disse acreditar que Roof deve enfrentar a pena de morte caso seja condenado.

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