Jihadistas sírios usam Twitter para recrutar estrangeiros

Em entrevista à CNN, um recrutador sírio da Al-Qaeda contou alguns detalhes do procedimento de encontro e recrutamento de estrangeiros para a luta islâmica

4 jun 2014 - 09h20
(atualizado às 09h42)
<p>A CNN falou com um recruta do Al-Qaeda na Síria que contou detalhes sobre os estrangeiros na luta islâmica</p>
A CNN falou com um recruta do Al-Qaeda na Síria que contou detalhes sobre os estrangeiros na luta islâmica
Foto: CNN / Reprodução

Tudo começa com um tweet. Segundo um recrutador da Al-Qaeda na Síria, que falou com a CNN sob a condição de não ter o nome revelado, é no Twitter que ocorre o primeiro contato entre recrutadores sírios e potenciais militantes estrangeiros, que podem lutar junto ao grupo jihadista ou em seu próprio país. O homem disse que o potencial recruta é analisado com muita calma e tem todas as conversas monitoradas por líderes radicais.

Após enviar um tweet demonstrando interesse em fazer parte da luta rebelde (como na mensagem: “Eu posso falar com Halim?, por exemplo) para a conta online da ISIS – Islamic State in Iraq and Syria (Estado Islâmico no Iraque e Síria), o estrangeiro será respondido pelo grupo jihadista em outras redes sociais ou por e-mail, podendo ter meses de longas conversas e explicações sobre as lutas ou dúvidas da religião.

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Europeus e americanos possuem tratamento especial entre os recrutas; no mês passado, um cidadão dos EUA morreu após ter cometido atentando com bomba na Síria
Foto: CNN / Reprodução

Segundo o militante do grupo terrorista Al-Qaeda, há um tratamento "especial" para os europeus, tais como britânicos e franceses. Inclusive, autoridades ocidentais têm demonstrado preocupação em relação aos nativos que vão para países como Síria e Iraque para ser treinados e perpetuar os atos terroristas em seus países de origem. Centenas de britânicos e franceses viajaram para a Síria nos últimos meses. 

Os Estados Unidos também estão ampliando os cuidados com os passaportes emitidos. No mês passado, o americano, Mohammad Abu-Salha, da Flórida, tornou-se o primeiro cidadão do país a morrer como um homem-bomba na Síria.

Homens são presos por suspeita de serem do grupo islâmico Al-Qaeda no Iraque em maio deste ano
Foto: Reuters

Ainda segundo o integrante do Al-Qaeda em entrevista à CNN, ao chegar para o treinamento, o estrangeiro tem seu passaporte retido pelos islâmicos.

O recruta conta que ele mesmo precisa de uma autorização de seus líderes para conversar com as pessoas pela internet e que há um limite daquilo que pode falar a elas. Ele contou que muitos europeus chegam perguntando sobre vídeos de execução ou se podem se casar com mais de uma mulher na Síria.  

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Fonte: Terra
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