A imprensa internacional destacou o discurso de Lula na ONU, no qual o presidente brasileiro defendeu a democracia, criticou o autoritarismo, guerras e a inação climática, com menções à crise em Gaza e à soberania brasileira.
A imprensa internacional repercutiu as falas do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), na manhã desta terça-feira, 23.
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Lula e outros líderes mundiais discursam na Assembleia Geral da ONU durante a 80ª sessão do evento anual, em Nova York.
Jornais de várias partes do mundo destacaram como o presidente mandou recados firmes em que defende a democracia brasileira e critica guerras, a falta de ação contra o aquecimento global e o avanço do autoritarismo.
The Washington Post
No tempo real sobre a cobertura do discurso de Lula, o jornal norte-americano The Washington Pos afirmou que o presidente brasileiro fez críticas tácitas ao governo dos Estados Unidos durante a sua fala. O veículo ainda lembrou que "Lula disse repetidamente em entrevistas que, se fosse brasileiro, Trump seria preso por seu papel na insurreição de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio".
The New York Times
O The New York Times cobriu o discurso de Lula em tempo real, destacando a falando do líder brasileiro de que os países em desenvolvimento enfrentam riscos climáticos, enquanto os países ricos desfrutam de um padrão de vida mais elevado por queimarem combustíveis fósseis há 150 anos.
O jornal também mencionou a defesa de Lula à soberania "inegociável" do Brasil durante sua fala, a intensa pressão do governo Trump para arquivar o caso contra Bolsonaro, o tarifaço e as sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e sua esposa, colocando a Trump adota um tom mais suave em relação ao Brasil, após um discurso mordaz de Lula.
The Guardian
O britânico The Guardian iniciou a cobertura do discurso de Lula com a fala do brasileiro lamentando a ausência do presidente palestino Mahmoud Abbas à Assembleia Geral, depois de o Departamento de Estado anunciar que estava negando e revogando vistos de membros da Organização para a Libertação da Palestina e da Autoridade Palestina por motivos de segurança nacional.
O jornal também destacou a preocupação de Lula com a atual crise humanitária em Gaza e as críticas às "consequências" do autoritarismo em seu próprio país, observando que o "antecessor, Jair Bolsonaro, foi recentemente condenado a 27 anos de prisão por tentar permanecer no poder ilegalmente". O jornal também lembrou que Bolsonaro é aliado de Donald Trump, que discursou na sequência de Lula.
El País
O espanhol El País declarou que Lula fez uma defesa incendiada do multilateralismo com a fala de que "forças antidemocráticas pretendem subjugar as instituições e sufocar as liberdades". O jornal falou sobre as críticas do brasileiro à guerra em Gaza e as referências, sem citar países nem nomes, de Lula à "campanha inédita dos Estados Unidos de Trump contra seu país para tentar salvar o ex-presidente Jair Bolsonaro".
Al Jazeera
Para a rede árabe de notícias Al Jazeera, os destaques do discurso de Lula ficaram com as mudanças climáticas. Em seu site, a principal fala do brasileiro é "bombas não nos protegerão da crise climática", seguida de uma lembrança de que, em dois meses, o Brasil sediará a conferência anual da ONU sobre mudanças climáticas, a COP30. "Lula está usando seu discurso para enfatizar tanto as desigualdades dos impactos das mudanças climáticas quanto a necessidade de as nações ricas se engajarem", diz parte do texto da cobertura.
A Al Jazeera também citou as críticas de Lula ao genocídio promovido em Gaza, traduzindo falas do presidente na íntegra, e também afirmando que o petista condenou os ataques dos EUA no Caribe. Além disso, o site também afirmou que o Brasil enviou um recado com a condenação de Bolsonaro, mesmo sem citar Trump diretamente.
Clarín
No portal do argentino Clarín, o texto sobre a fala de Lula aparece entre os destaques da capa principal. O jornal também cita as falas do brasileiro sobre o Hamas e o genocídio em Gaza, a defesa do multilateralismo e da democracia brasileira.