Crítica dos EUA à Europa está 'em linha' com Moscou, diz Kremlin

Para Rússia, nova medida poderia ser benéfica para cessar-fogo

7 dez 2025 - 11h08
(atualizado às 11h26)

A Rússia afirmou neste domingo (7) que a mudança na Estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos do governo de Donald Trump, na qual Moscou não foi mencionada como uma "ameaça direta", é um "passo positivo", podendo vir a "garantir um trabalho construtivo na solução" de paz na Ucrânia.

Kremlin vê nova política externa dos EUA como 'positiva'
Kremlin vê nova política externa dos EUA como 'positiva'
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

De acordo com o Kremlin, o documento que critica duramente a Europa, classificando-a como "excessivamente regulamentada, carente de autoconfiança e com apagamento civilizacional", são "coerentes" com o posicionamento russo.

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"Os ajustes são, em grande parte, consistentes com a nossa visão. Talvez possamos esperar que a medida seja uma modesta garantia de que seremos capazes de continuar, de modo construtivo, nosso trabalho conjunto para encontrar uma solução pacífica na Ucrânia", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acrescentando que o governo de Vladimir Putin irá analisar "mais detalhadamente" a nova Estratégia de Segurança Nacional de Washington.

Ontem, a União Europeia respondeu às críticas de Trump dispostas no texto atualizado da política externa americana, reforçando que "sobre nossas regras, somos nós que decidimos", mas garantindo, ao mesmo tempo, que os EUA continuam a ser seu "maior aliado".

Ainda no sábado (6), o bilionário Elon Musk, ex-chefe do Departamento de Eficiência Governamental (Doge) do atual mandato de Trump, incendiou ainda mais o debate ao afirmar que a UE deveria ser "abolida" para que "os governos possam representar melhor seus cidadãos".

Hoje, o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, rebateu na rede social de Musk o seu comentário.

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"Vá para Marte", escreveu Sikorski no X, aproveitando-se que o homem mais rico do mundo também é dono da empresa de foguetes SpaceX.

Intensificação do conflito na Ucrânia

Após conversar com o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, e com Andrii Hnatov e Rustem Umerov, membros do alto escalão da delegação ucraniana, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky denunciou neste domingo (7) a continuidade de ataques massivos da Rússia em seu território.

"Quase todos os dias e noites, nossos serviços de emergência lidam com as consequências dos ataques russos contra cidades e comunidades pacíficas de nosso país. Só nesta semana, Moscou lançou mais de 1,6 mil drones de ataque, aproximadamente 1,2 mil bombas aéreas guiadas e quase 70 mísseis de vários tipos contra a Ucrânia", escreveu Zelensky no X, relatando a morte de civis em ao menos duas regiões.

Ontem, a delegação ucraniana reuniu-se com a americana em Miami para debater, pelo terceiro dia consecutivo, uma proposta de cessar-fogo no leste europeu.

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"Continuamos a trabalhar com os nossos parceiros para garantir que, em resposta a estes bombardeios, as nossas defesas sejam reforçadas. Todos os acordos devem ser implementados com rapidez", acrescentou o chefe de Estado ucraniano, que na segunda-feira (9) irá se reunir com seus aliados europeus no Reino Unido. 

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